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Saúde

Brasil responde por quase 8% dos transplantes do mundo

Brasil responde por quase 8% dos transplantes do mundo

17/02/2012

O número de transplan¬tes de órgãos e tecidos mais que dobrou na última déca¬da no Brasil. Em 2011, foram 23.397 cirurgias, o que equi¬vale a quase 8% dos trans¬plantes feitos no mundo no mesmo período, segundo da¬dos divulgados pelo Ministé¬rio da Saúde. Em dez anos, contabilizou-se 6.827 trans¬plantes dos chamados órgãos sólidos (coração, rim e fígado, entre outros) e 16.570 de te¬cidos.
As cirurgias de transplan¬te que mais cresceram, em quantidade, foram as de me¬dula óssea, córnea, fígado, pulmão e rim. Para o governo, o aumento está relacionado à maior quantidade de doadores e à ampliação da rede de cap¬tação de órgãos.
Em 2011, chegaram a 11,4 pessoas por grupo de 1 milhão de habitantes. A meta é ter 15 doadores por milhão até o fim de 2014, taxa seme¬lhante à de países que são considerados referência em doação de órgãos.
Com mais doações e ci¬rurgias, o tempo de espera por um órgão na fila dos trans¬plantes caiu, em média, 23% em um ano.
No caso do rim, a redução do tempo de espera foi 42%. Mas 27.827 pessoas ainda aguardam por um transplante na rede pública de saúde. No SUS (Sistema Único de Saú¬de), os candidatos são cha¬mados conforme a ordem da fila e a gravidade do caso.
“A única fila que pode acabar é a do transplante de córnea. O número de pessoas que necessitam desse trans¬plante vai ficar menor e todas as pessoas que morrem po¬dem doar as córneas”, expli¬cou José Medina, presidente da ABTO (Associação Bra¬sileira de Transplante de Ór-gãos).
De acordo com o minis¬tro Alexandre Padilha, as me¬tas deste ano são expandir e melhorar a estrutura para os transplantes de coração e pul¬mão, considerados os mais complexos.
Uma das dificuldades é o tempo curto que o coração pode ficar fora corpo huma¬no - no máximo quatro horas. O rim, por exemplo, pode ficar armazenado por até 24 horas.
“É muito difícil manter um coração de forma adequada no doador vivo para ser trans¬plantado. Em relação ao pul¬mão é a mesma coisa, é difícil manter um paciente que está na UTI [unidade de terapia intensiva] e possível doador com um pulmão adequado. Ele pode estar entubado [res-pirando com ajuda de apare¬lhos], o que aumenta o risco de infecções”, disse Padilha.
A pasta estudará ainda proposta para ampliar a ver¬ba aos hospitais e centros de transplantes com bons resul¬tados.
Para este ano, a previ¬são do ministro é investir 10% a mais no sistema de trans¬plantes em comparação com o ano passado, quando a ver¬ba chegou a R$ 1,3 bilhão.