03/02/2012
O informe técnico da Secretaria da Saúde divulgado nesta quarta-feira (1) relata a redução de 92% nos casos confirmados de dengue. As notificações também caíram, só que em menor proporção (5,29%).
Entre as semanas epidemiológicas 31/2010 e 04/2011, haviam sido confirmados 3.122 casos, enquanto no mesmo período de 2011/2012 foram confirmados apenas 237. As notificações reduziram de 13.088 para 12.395 no mesmo período. Isto significa que no período passado a cada quatro casos notificados, um era confirmado e, neste período, a cada 52 casos notificados um é confirmado.
Esta redução se dá por diferentes motivos. Um deles é a responsabilização por parte dos municípios que assumiram o compromisso de se adequar ao roteiro de supervisão aplicado pelas regionais de saúde. “Os problemas apontados nos roteiros de supervisão de cada município foram bem específicos e a maioria deles corrigiu os problemas apontados”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz. A regionais aplicam os roteiros duas vezes ao ano (julho e novembro), porém nada impede que esta frequência seja alterada.
Outro fator é o investimento feito em capacitações de profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento da dengue. “Os profissionais estão mais atentos e a população também, porque os sintomas da dengue são semelhantes aos de outras doenças”, afirma o superintendente. A orientação repassada aos profissionais é que sempre suspeitem de dengue, mesmo que o caso seja descartado no futuro. De acordo com Paz, o período 2010/2011 foi considerado epidêmico, com um número expressivo de casos, inclusive casos graves e mortes.
Vírus – De acordo com a chefe do departamento de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, , outro ponto positivo para a redução é que não houve a introdução de um novo sorotipo do vírus da dengue. “Como já houve epidemias de dengue em anos anteriores e o sorotipo circulante permaneceu o mesmo (Den 1), grande parcela da população está imunizada”. A Secretaria da Saúde mantém a vigilância constante para identificar a entrada de um novo sorotipo (den 4) que circula em outros estados do Brasil.
Mesmo com a redução, os cuidados para evitar os criadouros no mosquito devem continuar. “Queremos que os índices de infestação predial também reduzam significativamente, pois só assim afastamos o risco de epidemia no Estado”, afirma.
Mobilização – A participação popular também foi fundamental para a redução dos casos da doença. A campanha estadual de combate a dengue, lançada em outubro do ano passado, abordou o grande número de residências fechadas para a vistoria de agentes de endemias. Segundo dados das regionais de saúde, no Paraná de 10 a 40% de imóveis permaneciam fechados e não eram vistoriados pelos agentes. No litoral esse índice subia para 60%. Por isso, o mote da campanha foi “Abra a porta para o combate da Dengue”, chamando a população a aderir à campanha e eliminar criadouros do mosquito transmissor.