05/01/2012
Entidade internacional diz que prótese de silicone da marca PIP deve ser retirada.
05/01/2012 Fonte: R7 Notícias
A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês) recomendou nesta terça-feira (3), em nota oficial, que todos os implantes mamários de silicone PIP sejam trocados imediatamente para evitar riscos futuros à saúde, mesmo que não haja nenhum sinal clínico de ruptura.
No mês passado, o governo francês afirmou que pagaria os custos da remoção dos implantes feitos pela Poly Implant Prothèse (PIP) em todas as mulheres do país que os utilizam. A decisão se baseou em dados que apontam um risco maior de rompimento do produto e o uso de silicone não homologado.
O presidente da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), José Horácio Aboudib, discorda da decisão da sociedade internacional.
- Não é sensato. Todas as mulheres devem procurar seus médicos para saber se há ruptura e, nesse caso, efetuar a remoção e a troca. Caso a prótese esteja em bom estado, basta realizar exames periódicos para garantir que ela não se rompeu.
Aboudib aponta que o gel da prótese pode ser de um tipo não homologado - ou seja, não aprovado para uso médico -, contudo o revestimento é constituído por uma substância segura, similar à de outros implantes, o que diminui o risco de problemas.
Planejamento
O presidente eleito da Isaps, Carlos Uebel, diz que não é preciso que haja uma "correria" para a retirada.
- De qualquer forma, as mulheres devem trocar a prótese no prazo mais breve possível.
Uebel, que é cirurgião em Porto Alegre diz que "não há motivo para pânico, mas convém programar a substituição".
Ele sublinha que os dados obtidos até agora não confirmam a relação com o câncer.
- Mesmo assim, o porcentual de rupturas das próteses PIP é muito alto.
Segundo a nota da Isaps, "a taxa de ruptura desses implantes parece ser cinco vezes mais alta quando comparados com outros implantes".
O mastologista José Luiz Pedrini, vice-presidente nacional da Sociedade Brasileira de Mastologia, diz que a entidade ainda não chegou a um consenso sobre o assunto - que será discutido em reunião com o governo brasileiro na próxima semana.
Entretanto, ele diz que indicaria pessoalmente a retirada dessas próteses para evitar riscos futuros à saúde.
- É muito mais barato o custo de trocar essa prótese agora que o de um tratamento para câncer ou outra infecção que esse silicone industrial pode causar.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que mantém a mesma orientação: mulheres com essas próteses devem procurar seus médicos para uma avaliação.
O Ministério da Saúde também mantém essa orientação e diz que avaliará caso a caso. E informou que a posição sobre o assunto será discutida na próxima semana, quando representantes das sociedades médicas de mastologia e de cirurgia plástica se reunirão com o ministério e com a Anvisa para debater um protocolo que definirá a maneira de agir em caso de rompimento dessas próteses.
Procurado , John Arnstein, da EMI Importação e Representação, empresa responsável pela distribuição do produto no Brasil, disse que preferia não comentar a declaração da Isaps, pois não tinha tomado conhecimento oficial da nota.