02/12/2011
Trinta e nove municípios do Paraná apresentam risco de ocorrência de epidemia de dengue. A informação consta do levantamento do índice de infestação do Aedes aegypti no Paraná (Liraa), realizado em 59 municípios e divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde durante a 8ª reunião do Comitê Gestor Intersetorial de Combate à Dengue, realizada na segunda-feira (28) em Curitiba. O risco de epidemia é apontado como alto em quatro municípios e médio em 35 (veja lista abaixo).
O levantamento do índice de infestação predial é realizado pelos agentes de controle de endemias seguindo a metodologia do Programa Nacional de Controle da Dengue. Os agentes visitam os imóveis (de acordo com uma distribuição feita por amostragem) à procura de larvas do mosquito da dengue e atribuem o índice conforme o número de criadouros em cada grupo de cem. Por exemplo: um índice de 2% indica que a cada 100 imóveis, em dois foram encontrados criadouros com larvas do mosquito Aedes aegypti.
“Os maiores problemas são o acúmulo de materiais que retêm água, a falta de aterros sanitários e a separação e destino adequado dos materiais recicláveis”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz. Os representantes das regionais de saúde apontaram a necessidade de parceria entre órgãos da área do meio ambiente e Ministério Público para enfrentar a situação, que envolve aspectos ambientais e de saúde pública.
INSETICIDAS – Outro tema tratado na reunião foi o uso de inseticidas no combate ao mosquito transmissor da dengue. O agrônomo sanitarista Paulo César da Silva, do Ministério da Saúde, disse que a prática apresenta riscos. “Existem poucos princípios ativos para utilização no combate ao mosquito e eles devem ser usados com critério, porque o uso indiscriminado pode provocar resistência e resultar numa ação pouco efetiva contra a dengue”, alertou.
NÚMEROS – O quarto informe técnico deste novo período da dengue (de agosto a novembro) relata 119 casos confirmados da doença no Paraná, dos quais 101 autóctones (em que a contaminação ocorreu no município) e 18 importados. A sala de situação da dengue passou a considerar o ano epidemiológico da doença que vai da 31ª semana de 2011 (agosto) à 30ª semana de 2012 (julho) porque leva em conta a curva epidêmica da doença e não o ano cronológico.