20-09-2011 Fonte: R7 Notícias
Em entrevista exclusiva ao programa Hoje em Dia, da TV Record, a presidente Dilma Rousseff admitiu que há um grave problema de gestão na área da saúde. Ela disse que há recursos, mas o uso dele deve ser melhorado.
- No Brasil a gente vai ter que fazer duas coisas, por isso não estou pedindo, hoje, o aumento de impostos. Nós vamos melhorar a gestão da saúde. E quando ficar claro para a população que ela precisa de mais coisa, ela mesma vai se encarregar de pedir. Esse país tem uma população que você não subestima.
A presidente afirmou que poucos países no mundo têm sistema público de saúde. A Argentina investe 42% a mais, per capita, do que o Brasil na área. O Chile, 27% a mais.
- Eu não sou, como diz a Bíblia, sepulcro caiado. Tenho obrigação de falar para a população o que ela tem direito de ouvir. [...] Não aceitem em hipótese nenhuma que a saúde no Brasil não precisa de mais dinheiro. Não é possível aceitar isso. É uma coisa perigosa.
Dilma disse que tem o compromisso de “fazer de tudo para melhorar a saúde”. Ela contou que uma pesquisa recente mostra que as pessoas criticam a área e apontam a ausência de médicos como a questão mais grave.
- Esse vai ser o meu maior esforço. Um, de melhorar a qualidade dos hospitais, dois, de aumentar o número de médicos e três, de fazer com que esses médicos não fiquem concentrados em apenas algumas regiões mais ricas do país.
Ela falou ainda sobre a necessidade de formar mais pediatras. O governo deve formar mais de 4.000 médicos. O curso é financiado, mas pode sair de graça, caso o profissional trabalhe por dois anos no SUS (Sistema Único de Saúde).
Farmácia Popular
A presidente comentou as declarações feitas em reuniões da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a saúde. Ela disse ter orgulho da política de distribuir gratuitamente remédios para quem tem diabetes ou hipertensão.
- Somos um dos poucos países do mundo, não vou dizer que somos o único, porque tem várias políticas de diminuição de preços. Mas em termos de gratuidade, de garantir o acesso para quem sofre de diabetes e hipertensão, o que se tem de garantir é uma política universal.
Nas Farmácias Populares, é preciso apresentar apenas o RG e a receita para obter o medicamento. Mais de 5,7 milhões de pessoas podem ser beneficiadas.