14-09-201Fonte: Gazeta do Povo
Aproximadamente um milhão de paranaenses podem ser afetados pela greve dos Correios. A estimativa é do sindicato que representa os trabalhadores no estado, Sintcom-PR, e foi feita com base no que ocorreu na paralisação da categoria de 2009. Segundo o Sintcom-PR, naquele ano cerca de 3,4 milhões de objetos e documentos ficaram retidos nos Correios somente no primeiro dia da greve.
Os funcionários dos Correios de Maringá, no Noroeste do Paraná, Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Foz do Iguaçu e Cascavel, ambas no Oeste do estado, também entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (14). Os colaboradores de Curitiba e Londrina, no Norte do Paraná, também estão em greve. Nessas cidades houve assembleias para decidir pela paralisação na terça-feira (13).
A greve dos Correios é movimento nacional. A categoria rejeitou a proposta apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Segundo o sindicato da categoria no estado, Sintcom-PR, a paralisação deve se estender para todas as cidades do estado.
Os colaboradores dos Correios que entraram em greve são os carteiros, operadores de triagem (que fazem a separação dos documentos), atendentes e motoristas. A expectativa da entidade representativa dos trabalhadores é de que 50% dos 6 mil funcionários do Correios no estado entrem em greve.
De acordo com o sindicato, a greve é por tempo indeterminado e só deverá terminar quando a empresa apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. Enquanto isso, os serviços de distribuição e postagem estarão suspensos. O sindicato afirma que apenas os setores administrativos, no prédio Central de Curitiba, continuam funcionando. De acordo com a assessoria de comunicação do Sintcom, se houver funcionários para receber as cartas ou encomendas elas ficarão paradas na empresa aguardando o fim da greve para serem entregues.
A greve nas cidades paranaenses segue a determinação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) repassada aos sindicatos filiados. Em Curitiba, cerca de 400 funcionários participaram da assembleia desta terça-feira e aprovaram a paralisação.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa dos Correios, em Brasília, mas a empresa ainda não tinha um posicionamento sobre a greve. Também não soube informar quais eram os serviços afetados.
Reivindicações
Os trabalhadores pediram um reajuste linear de R$ 400, além da reposição dos 7,16% da inflação referente ao período entre agosto de 2010 e julho de 2011. A categoria ainda queria discutir um piso salarial que seria de aproximadamente R$ 1.635 (atualmente o piso do carteiro é de R$ 807), o aumento do vale-refeição de R$ 23 para R$ 30 e um do auxílio extra, de R$ 130 para R$ 300.
A proposta apresentada pela empresa foi de aumento salarial de 6,87% e mais um reajuste linear de R$ 50 para cada trabalhador a partir de janeiro, além de um abono de R$ 800 a ser pago após o acordo. O vale-refeição seria no valor de R$ 25 e o auxílio extra de R$ 140. A empresa não quis discutir o piso salarial da categoria.
Londrina
Em Londrina, cerca de 120 pessoas participaram da assembleia realizada no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE) na terça-feira, na Rodovia Celso Garcia Cid. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Londrina e Região, Cícero da Silva, destacou que a proposta dos funcionários para a campanha salarial teve início há 42 dias. A oferta da empresa foi rejeitada pela maioria.