02-08-2011 Fonte:R7 Notícias
A faxina determinada pela presidente Dilma Rousseff continua no Ministério dos Transportes. O Diário Oficial da União traz nesta terça-feira (2) cinco exonerações e oficializa duas demissões "a pedido" do diretor-executivo do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), José Henrique Coelho Sadok de Sá, e do diretor de Infraestrutura Ferroviária do órgão, Geraldo Lourenço de Souza Neto.
Também deixam a pasta Hebert Drummond, diretor de Infraestrutura Aquaviária, e Amaury Ferreira Pires Neto, diretor do Departamento do Fundo da Marinha Mercante da Secretaria de Fomento para Ações do ministério.
As outras exonerações do Dnit são as seguintes: Nadja Tereza Monteiro de Oliveira, da coordenação-geral de cadastro e licitações; Jeanine Santana Ferrari, do cargo de Coordenador de Licitações de Obras e Serviços de Engenharia e Nei Japur, da Coordenação de Administração Patrimonial.
As demissões começaram a acontecer há um mês por determinação da presidente após as denúncias de superfaturamento de obras e cobrança de propina no ministério que é comandado pelo PR. As denúncias afastaram o então ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), que hoje retorna ao Senado, onde deve fazer um pronunciamento para responder as acusações.
A expectativa é que Nascimento, que é presidente do PR, faça um discurso com tom conciliador com o governo. No entanto, ele deve defender a legenda e se alinhar ao líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), que pede coerência à presidente Dilma Rousseff na hora de afastar servidores de outras legendas que estejam envolvidos em denúncias de corrupção.
O PR segue à frente dos Transportes, sob o comando do ministro Paulo Sérgio Passos. Secretário-executivo de Nascimento, Passos sofria resistência na legenda, mas foi efetivado no cargo após decisão de Dilma.Ontem, Portela afirmou que o partido continua na base do governo, como se posicionou desde o início do governo Lula (2003-2010) e na campanha eleitoral do ano passado, em apoio a Dilma. Portela afirmou que o partido sempre defendeu as apurações sobre os Transportes e negou "ira" e "raiva" do PR em relação aos outros aliados.
Questionado sobre um pedido de CPI da Corrupção, articulada por membros da oposição no Senado, ele disse que os senadores do PR "são livres" para aderir.
Na Casa, o PSDB já colheu 23 assinaturas para instalar a comissão de inquérito, com objetivo de apurar denúncias de corrupção nos ministérios dos Transportes, Agricultura, Minas e Energia, Cidades e Desenvolvimento Agrário.