17/08/2012
Artesanato de Vime de Campo Largo é um produto em alta no mercado
17/08/2012
Cestas para pães, para piquenique, café da manhã, para alimentos fritos, roupas, são apenas alguns dos produtos elaborados com Vime, por artesãos de Campo Largo, que estão em alta no mercado. A forte demanda faz com que a família trabalhe o ano inteiro para produzir cestas, muitas das quais por encomenda, que custam desde R$ 9,00 a 50,00. Há cestas produzidas aqui que foram para a França e outros países da Europa.
Um casal de artesãos do Rincão (região dos Garret), Barbara Borgo e Irineu Borgo, ambos com mais de 60 anos de idade, é o responsável pelo sucesso dos produtos de Vime, de Campo Largo. A atividade com Vime é uma herança que Irineu recebeu do pai, Guilherme, a quem ajudava ainda criança, aos seis, sete anos de idade, puxando Vime do banhado e aprendendo a realizar os primeiros trançados.
Feiras
Barbara Recebeu a Reportagem da Folha, mostrando o seu trabalho e os produtos, enquanto o marido estava colhendo Vime, na plantação da família, numa área de seis mil metros quadrados, na parte mais baixa da propriedade, um banhado. Hoje ela tem apoio até do Ministério do Desenvolvimento Agrário, através da Emater, mas já enfrentou muita dificuldade para realizar o plantio, colheita, beneficiamento do Vime e produção de cestas.
Ela produz Vime de duas espécies, a Salix Purpurea e a Viminalis, as que melhor se adaptam para a produção de cestaria. Mas ela já faz experiência com o Vime Chorão, que cozido e preparado com uma mistura de produtos que ela desenvolveu, torna as hastes do Chorão bem maleáveis e mais resistentes.
A artesã disse que seus produtos são sempre expostos em feiras, das quais procura participar, sempre que possível. Ela esteve na Feira de Sabores, no Barigui e, agora, se prepara para a Feira Sabores do Paraná, em Foz do Iguaçu, em Outubro e, em Novembro, na Fenafra (Feira Nacional da Agroindústria Familiar), no Rio de Janeiro. “Já estive em feira até na França, levando nossos produtos e vendendo muito, lá, explica ela, adiantando que até hoje recebe encomendas do exterior.
São poucas as famílias, em Campo Largo, que se dedicam à produção de cestas, de Vime e outras fibras. Todas recebem apoio técnico da Emater.
Recursos
Barbara disse que tudo o que a família tem veio do trabalho com o Vime. Lembra que em 1971 conheceu o marido, casou e deixou a profissão de professora, para ajudá-lo com o Vime, criou os filhos, pagou faculdade e, agora, continua se dedicando ao Vime, mas em menor intensidade. “Vivemos do artesanato, explica, adiantando que trabalham apenas ela, o marido e uma irmã, que produz bonecas e as toalhas e panos que enfeitam as cestas.
“Nós tentamos passar a arte para os filhos, para outros adolescentes, várias vezes, mas eles não se interessaram. É uma atividade que, levada a sério, pode sustentar a família”, explica, lamentando que eles não devem deixar “herdeiro” da arte de produção de cestas de Vime, se os jovens que gostam de artesanato não se dispuserem a aprender a arte.
Barbara tem, em seus produtos, o Selo da Agricultura Familiar, do MDA, e comercializa as cestas principalmente em feiras especiais de artesanato. Informações pelo telefone (41) 9984-0815.