23-04-2011
Até à última Terça-feira 12 crianças foram internadas no Hospital Infantil, quatro delas em estado grave.
23-04-2011
Crianças de zero a três anos de idade são as principais vítimas de um surto de Gripe, detectado em Campo Largo no final da semana passada. Uma ala do Centro Médico foi rapidamente isolada para receber e tratar as crianças que chegam com sintomas da gripe e outra ala, no Hospital Infantil, foi disponibilizada também para receber crianças com o vírus. Até à última Terça-feira 12 crianças foram internadas no Hospital Infantil, quatro delas em estado grave e somente na Quarta-feira, mais nove crianças diagnosticadas com o vírus.
"Não sabemos, ainda, qual é especificamente o vírus, apenas sabemos que deve ser um Influenza, o mesmo que causa a Gripe comum", disse o secretário de Saúde de Campo Largo, Carlos Andrade, que adiantou: "A população não deve ficar alarmada, é preciso apenas voltarmos com os procedimentos básicos de higienização das mãos, que devem ser lavadas sempre com sabão, ou com álcool gel, evitar locais de aglomeração e ventilar os ambientes", disse ele.
Providências
Carlos Andrade informou que o governo do Município, através da Secretaria da Saúde tomou todas as providências necessárias para enfrentar o surto, como organizar o setor para receber e diagnosticar rapidamente os casos, providenciando isolamento e tratamento. Trata-se de um vírus bastante agressivo, que evolui rapidamente e atinge os pulmões, prostrando principalmente os bebês de zero a um ano. Os pulmões são rapidamente afetados e os pacientes não conseguem respirar sem ajuda de aparelhos.
Não há, em Campo Largo, informações sobre o bairro ou a região onde a maioria dos casos foi diagnosticado. Sabe-se apenas que a doença tem a mesma evolução e agressividade da causada pelo vírus A H1N1, a Gripe Suína.
Na tarde desta Sexta-feira, o diretor de Urgência e Emergência do Município, médico Heitor Pinheiro Lima Neto, disse à Reportagem da Folha que as mães devem observar as crianças, principalmente as de zero a três anos de idade, principalmente se elas começaram a ter dificuldade para respirar e se apresentarem chiado no peito. "Essas crianças devem ser encaminhadas rápidamente para o Centro Médico", disse ele. É uma medida preventiva que pode evitar complicações. No Centro Médico uma ala foi isolada para atender essas crianças, que necessitam de ajuda para respirar. Os casos mais graves são encaminhados ao Hospital Infantil.
Os casos em número acima do normal, estão sendo verificados em outros municípios da Região Metropolitana, mas Campo Largo foi o primeiro a tomar providências para atender rápidamente e isolar as crianças com sintomas do vírus.
Material das primeiras vítimas do vírus já foi colhido e encaminhado ao laboratório da Fundação Osvaldo Cruz, para diagnóstico.
A H1N1
O vírus Influenza A subtipo H1N1 também conhecido como A (H1N1), é um subtipo de Influenzavirus A e a causa mais comum da influenza (gripe) em humanos. A letra H refere-se à proteína hemaglutinina e a letra N à proteína neuraminidase. Este subtipo deu origem, por mutação, a várias estirpes, incluindo a da gripe espanhola (atualmente extinta), estirpes moderadas de gripe humana, estirpes endêmicas de gripe suína e várias estirpes encontradas em aves.
Em Abril de 2009, um surto de H1N1 matou mais de 100 pessoas no México, e pensava-se existirem mais de 15000 indivíduos infectados em todo o mundo. A pandemia desapareceu assim como teve início, no Hemisfério Norte e, em seguida no hemisfério Sul.
Em 2010, campanhas de vacinação contribuiram para que a pandemia não se alastrasse como era esperado.
A atual proliferação do vírus Influenza, em Campo Largo, ainda não tem explicação. A Secretaria Municipal está monitorando todos os casos, para detectar, primeiramente qual é especificamente o vírus, enquanto trata as crianças infectadas.
Carlos Andrade disse que a população atingida é de bebês de zero a dois anos de idade, provavelmente pela baixa imunidade. Ele lembrou, entretanto, que os adultos podem portar o vírus e transmití-los aos bebês, sem que eles, os adultos, sejam infectados.
"Por isso - lembra - a importância dos cuidados de higiene iguais aos que tínhamos quando da pandemia do A H1N1".