Na manhã da última sexta-feira (14) a Rua Gaivotas, no bairro Dona Fina (localizado dentro do distrito da Ferraria), estava fechada para receber o evento de inauguração da Horta Comunitária “Raízes do Bem”, localizada no número 328 da mesma via. Com a presença do prefeito Mauricio Rivabem e da vice-prefeita Chrystianne Chemin, bem como de outras autoridades, o espaço de produção de hortaliças orgânicas foi oficialmente inaugurado em clima de celebração, inclusive com a presença da orquestra do Instituto Novas Histórias, que é da Ferraria também.
Localizada em um terreno cedido em comodato pelo Provopar Campo Largo, a 1ª horta comunitária do município passou, primeiro, por um processo de limpeza realizado pelas Secretarias de Meio Ambiente e de Obras Viárias. Enquanto isso, foi realizado um estudo técnico detalhado para garantir que a horta atendesse as expectativas, sendo sustentável e produtiva. Depois, aconteceu a organização dos canteiros e o plantio das hortaliças, sob orientação da equipe técnica da Secretaria da Agricultura e Pecuária. E a pasta de Desenvolvimento Social e da Mulher esteve articulando todo o processo com as demais equipes, bem como guiando as famílias responsáveis pela horta que são cadastradas no Programa de assistência social CADÚnico.
A horta comunitária visa promover a segurança alimentar, a sustentabilidade, a inclusão social, a educação ambiental e, ainda, o desenvolvimento comunitário. Ela pode contribuir também para a geração de renda ao oportunizar negócios para as pessoas que participam do projeto.
Sua concretização foi possível com o apoio de parceiros ao projeto, bem como a aplicação da Lei Municipal de Patrocínio e recursos oriundos do governo do Paraná. A empresa Sabim e Cia Ltda doou a terra para o cultivo, o que foi peça-chave na estruturação e viabilidade da iniciativa. Ao todo, foram investidos R$ 25.842,13 no projeto, sendo R$ 23.257,91 provenientes de recurso estadual e R$ 2.584,22 de recurso municipal.
O evento
Durante a solenidade o prefeito de Campo Largou falou da oportunidade que o projeto significa para a comunidade. “Quando assumimos um cargo público assumimos a responsabilidade. Hoje eu respondo por 150 mil campo-larguenses. Então, enquanto a Ferraria hoje faz festa, outros bairros também pedem pela horta comunitária. É assim mesmo que acontece, e a busca pelo melhor acontece todo dia. Agradeço a todos os servidores que fizeram esse projeto acontecer, todos contribuíram para termos essa primeira horta e, podem ter certeza, teremos muitas mais. Tendo em vista o que era esse local antes, hoje temos um espaço bonito, limpo e agradável, que contribui para uma alimentação saudável e, inclusive, com a saúde mental de quem mexe com a terra”.
Já o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Largo, Alexandre Guimarães, reforçou a política pública construída e aplicada neste projeto. “Política se faz pela construção de relacionamentos e pela ação. E vimos que o prefeito e as secretarias municipais fizeram isso acontecer aqui, e com o apoio da Câmara Municipal. É importante as pessoas entenderem como funcionam as parcerias públicas. Estamos todos trabalhando por Campo Largo”, reiterou.
Eliezer Leal, secretário municipal de Desenvolvimento Social e da Mulher (SMDSM), agradeceu a sinergia com as outras secretarias municipais e anunciou que a próxima horta comunitária será no bairro Partênope. “Soube por uma das senhoras participantes que ela está com depressão, mas que se sente muito melhor hoje depois que começou a mexer na terra e se relacionar com outras pessoas. Isso já é resultado e estamos apenas começando. Celebramos não apenas a inauguração de um espaço coletivo, mas a materialização de um projeto que já impacta positivamente a vida de muitas famílias”, disse.
O secretário municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), Bohdan Metchko Filho, ressaltou que a iniciativa representa não apenas um espaço de cultivo, mas também uma oportunidade de integração, aprendizado e valorização da agricultura urbana. “Esperamos que a comunidade tenha acesso a alimentos frescos e nutritivos, que o projeto incentive o trabalho coletivo e o fortalecimento de laços, que reforce a educação ambiental e práticas agrícolas sustentáveis, e ainda que valorize a agricultura familiar e a economia solidária. Antes isso tudo era só uma ideia, agora já estamos vendo esses objetivos em andamento”.
O ato contou com a abertura oficial do portão da Horta Comunitária para a comunidade, bem como o descerramento da placa inaugural, um marco importante para a região. Também fez parte da solenidade o plantio simbólico de uma muda de Ora-Pro-Nóbis, feito pelo prefeito e pela vice-prefeita.
A Horta
Além do terreno, a horta comunitária do Dona Fina recebeu do Provopar Municipal o investimento nas mudas e na cerca, e os instrumentos necessários. O espaço recebeu pavimentação em paver e um balanço de madeira, e tem até mesmo um simpático espantalho chamado “Jujuca”. O boneco fica bem no meio da horta e foi criado pelos alunos do CRAS Ferraria (veja fotos na aba Mídias).
O nome “Raízes do Bem” foi escolhido pelas 12 famílias da localidade que são responsáveis pelo espaço. Com o apoio da equipe técnica da SMAP, elas realizaram a seleção e o plantio das mudas, cada uma com seu próprio canteiro. Estima-se que, além das famílias beneficiárias diretas, cada lote alcance cerca de seis pessoas, totalizando 72 pessoas beneficiadas indiretamente. Os participantes poderão comercializar, doar, ou apenas plantar as hortaliças provenientes da horta para consumo próprio.
“Já comi abóbora desse canteiro”, contava feliz Nilceia de Lima, 69 anos, uma das participantes que mora na região faz 40 anos. “Tava miudinho antes, mas agora tudo que plantamos já está desse tamanho, vistoso, estou emocionada”, completou ela que plantou abóbora, cebolinha, salsinha, chicória, beterraba, alface roxa e verde, abobrinha, repolho roxo e couve-flor. Os dois netos estavam lá prestigiando o feito da avó nesse dia.
Maria Helena Pereira Lopes, coordenadora da horta comunitária Raízes do Bem, destacou: “estamos aqui não para aparecer. Na horta Raízes do Bem somos todos iguais, e já construímos uma amizade. Estamos aqui para plantar e colher com nossas próprias mãos, para comer em nossas mesas o que for colhido, e para dividir com nossos familiares e amigos o resultado que todos já podem ver brotando”.
Esse era o resultado esperado, segundo o engenheiro agrônomo da Prefeitura, utilizando o termo “terrapia” para definir o projeto. “Terrapia não é algo relativamente novo, mas é muito eficiente, tanto que já estamos vendo acontecer nesta que é só a primeira horta. A ligação entre os vizinhos que se estabelece é grande e importante, só tende a crescer. Queremos mesmo envolver todas as pessoas que pensam na qualidade de vida”, citou Homero Amaral Cidade Junior.
Em um ato simbólico após o evento, pelo apoio e orientações recebidas da equipe da Prefeitura de Curitiba, Homero e a coordenadora da Horta Comunitária Dembinski II da capital, Andressa Cansi, soltaram na composteira algumas minhocas para fortalecer a compostagem localizada no fundo do terreno da horta. Enquanto isso, parte dos participantes já estavam colhendo, em seus canteiros, algumas hortaliças.
A iniciativa surgiu em Campo Largo a partir de uma recomendação do governo do Paraná que, ao observar os resultados obtidos por outros municípios, sugeriu a implantação deste espaço dedicado ao cultivo de alimentos. A Prefeitura Municipal acolheu a ideia e, em parceria com o Provopar local e a comunidade, viabilizou a execução.
Daqui para frente, o espaço está sob responsabilidade e zelo das famílias e da comunidade, e a Prefeitura de Campo Largo continuará fornecendo o suporte necessário, incluindo materiais para o cultivo e capacitações sobre técnicas de produção orgânica e sustentável. Atualmente existe uma fila de espera para pessoas interessadas em utilizar a horta da Ferraria e a prefeitura de Campo Largo já possui projetos para beneficiar outras comunidades, sendo a próxima a ser viabilizada no bairro Partênope.
Presenças
Além do Mauricio Rivabem e da Chrystianne Chemin, respectivamente prefeito e vice-prefeita de Campo Largo, estavam na ocasião Alexandre Guimarães, presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Largo, bem como os vereadores Junior Andreassa, Gustavo Torres, Luiz Scervenski, João Adão Jaskievicz Junior (“Polaco Preto”), Rogerio Baumel (“Rogerio das Tintas”), Paulo Rogério Alves (Rogério da Viação”), Sargento Leandro Chrestani, Victor Bini, os secretários municipais Eliezer Leal (Desenvolvimento Social e da Mulher), Bodhan Metchko Filho (Agricultura e Pecuária), Flavio Barszcz (Obras Viárias), Bruno Cézar (Educação), Marcos Leitão, comandante da Guarda Municipal de Campo Largo, e a primeira-dama do município, Alaina Baroni Rivabem.
Também prestigiaram o evento Marco Aurélio representando Leverci Junior, da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional de Curitiba, Sonia Stroparo, presidente do Provopar Campo Largo, Nivaldo Vasconcelos, representante do Pró-Metrópole, Adriana Andreassa da Acicla Social, Andressa Cansi, coordenadora da Horta Comunitária Dembinski II em Curitiba, Victor Mendes, maestro, Fabiano Martins, do Instituto Novas Histórias, Bruna Pinheiro, diretora da Escola Municipal Dona Fina, e os secretários municipais de Balsa Nova Renata Sotomaior Kasinski (Agricultura e Meio Ambiente) e Edi Moreno (Desenvolvimento Social), que revelaram ter a intenção de levar o projeto para o município vizinho.
