Quinta-feira às 21 de Novembro de 2024 às 12:28:28
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Fecomércio-PR e Sindicato Rural alertam para risco de aumento de preços de alimentos nos próximos meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,02% no Brasil e de 0,36% em Curitiba e Região Metropolitana (RMC).

Fecomércio-PR e Sindicato Rural alertam para risco de aumento de preços de alimentos nos próximos meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,02% no Brasil e de 0,36% em Curitiba e Região Metropolitana (RMC). A principal responsável por esse resultado foi a redução nos preços de alimentos e bebidas, em especial os alimentos in natura, que tiveram uma queda expressiva de 14,18% na capital paranaense.

A Folha conversou com Hugo Ruthes, do Sindicato Rural de Campo Largo, que explicou a baixa nos preços dos produtos in natura visto nos mercados nas últimas semanas, em comparação ao início do ano. “Tudo se deve ao clima. Quando os preços estavam altos, nós estávamos sofrendo com as chuvas e a dificuldade acentuada na produção, seja por conta dos agricultores não conseguirem ir colher nas lavouras pelo excesso de chuvas, ou porque não conseguia realizar o plantio, então tínhamos escassez de produtos e o preço era mais elevado. Agora, tivemos semanas de sol, o que favoreceu a produção e isso contribuiu para uma redução no preço dos produtos.”

Ele segue dizendo que esses valores encontrados hoje nos mercados podem ser alterados nas próximas semanas, principalmente por conta da região que produz alguns produtos, como as hortaliças do estado de São Paulo. “Foi uma região que sofreu muito com as queimadas e isso pode fazer com que o preço suba nas próximas semanas. Além disso, a previsão de chuva é baixa na nossa região, então a nossa produção local também fica afetada. Isso pode contribuir com uma elevação dos preços”, diz.

Esse também foi um fator apresentado pelo economista da Fecomercio-PR, Lucas Dezordi. “Tudo indica que as condições de oferta e demanda estão se restabelecendo na nossa economia, após o severo efeito negativo do excesso de chuvas no final do ano passado e início desse ano. A preocupação agora é com a forte estiagem e queimadas em grandes regiões produtoras de nossa economia.”

Os itens que mais subiram de preço em Curitiba e Região Metropolitana foram a tangerina (11,95%), mamão (10,56%), banana-d’água (9,95%), patinho (5,52%) e banana-prata (4,95%). De acordo com Dezordi, outro produto de consumo diário das famílias que tende a subir nos próximos meses é a carne, em decorrência das queimadas que prejudicam o pasto.

Os subitens que registraram as maiores quedas no IPCA-Curitiba foram: batata-inglesa (-21,05%), cebola (-13,00%), cenoura (-11,53%), passagens aéreas (-10,55%) e alho (-9,41%). “Depois de sucessivas altas no início do ano, o preço de tubérculos, raízes e legumes continua a cair em Curitiba”, destaca o assessor econômico da Fecomércio PR. “Chama a atenção também a queda de 5,45% no preço do etanol no mês de agosto”, acrescenta Lucas Dezordi.

Céu que lembrava o passado
Hugo comenta que olhar para o céu campo-larguense há alguns dias faz lembrar o passado, quando havia o costume de realizar queimadas nas lavouras para então iniciar o plantio. “No final da década de 1950 e 1960, não existiam os estudos de solo que temos hoje, e o costume era que realizar as queimadas nas lavouras para então iniciar o plantio. Isso acontecia mais na metade do mês de agosto e o céu ficava com uma espécie de cerração. Era uma tradição familiar, que hoje é proibida e sabemos dos grandes danos que causam à natureza e também dos riscos à saúde humana e segurança no campo”, finaliza.