Sabado às 28 de Setembro de 2024 às 10:19:42
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Salve a Pri: família faz campanha de arrecadação para comprar medicamento à jovem com câncer raro

Um vídeo viral na internet tocou o coração de milhares de campo-larguenses nas últimas semanas. A pequena Sofia apresenta a história da sua mãe, Priscilla da Silva, de 33 anos, que luta contra um câncer r

Salve a Pri: família faz campanha de arrecadação  para comprar medicamento à jovem com câncer raro

A Folha conversou com ela, que há quatro anos luta contra o câncer que iniciou no pulmão, mas hoje já atinge outras partes do corpo. “Dois anos antes de eu começar a tratar eu já estava indo em consultas no médico, porque eu estava muito indisposta. Fazia exames, mas sempre estava tudo certo. Conforme o tempo foi passando, fui apresentando sintomas mais graves, como tosse muito intensa, perdi o apetite, sentia dores fortes de cabeça e nas pernas.”

Começou a apresentar inchaços nas pernas e dores no peito também, quando o especialista pediu uma tomografia. “Quando fui fazer o exame, a atendente da clínica perguntou ‘você precisa fazer com ou sem contraste’, aí eu disse que não sabia. Ela me explicou que com contraste era para suspeita de tumor, então me encaminhou para fazer sem contraste. Porém, depois eles me ligaram e falaram que precisaria repetir o exame com contraste. Ali eu já soube que provavelmente era câncer”, relata. 

Ela conseguiu já ser encaminhada para a consulta na área da oncologia, foi quando enfrentou o baque de saber que a doença estava em um estágio mais avançado. “Eles me falaram que tínhamos que fazer a biópsia e meu marido na hora já disse que faríamos naquele dia. A equipe até argumentou que não era assim, não daria para fazer no mesmo dia, envolvia a preparação, agendamento de sala. Mas nós temos muita fé, sabíamos que era naquele dia para ser feito o exame e assim aconteceu, por um milagre”, diz. 

Porém, o laudo da biópsia foi inconclusivo e foi necessário repetir o exame. “Foi nessa segunda biópsia que eu tive meu encontro com Deus, porque eu sentia que eu estava no colo dEle. Foi diferente de um sonho. Antes de eu entrar para o centro cirúrgico eu achava que iria morrer, que não aguentaria. Mas passar aquele momento me deu a força necessária para lutar”, revela.  

Diagnóstico e tratamento

A equipe médica de Priscila explicou que ela precisaria passar por uma cirurgia bem séria, aberta e que mostrou que o câncer havia se espalhado pela caixa torácica, quando retirou parte importante do pulmão. O procedimento levou seis horas e exigiu bastante tempo para que ela se recuperasse. Ela também fez seis meses de quimioterapia. 

“Passei por um exame que analisa o corpo todo e deu que eu não tinha nenhuma célula cancerígena mais. Fiquei bem por oito meses. Só que começou a surgir uma dor de cabeça insuportável, que provocava confusão mental, vômitos, minha vista embaçava. Fui no médico com medo de fazer o exame, mas fiz e deu que eu tinha tumor na cabeça. Precisei fazer quimioterapia e radiocirurgia, que é bem direcionada e funcionou. Quando eu terminei esse ciclo, descobriram que eu tinha nódulos no pulmão novamente”, conta. 

Foi quando ela se questionou sobre outras possibilidades de tratamentos e pediu uma segunda opinião. “Quando contei a minha história para ele, já percebeu que era algo raro e quis que eu fosse para um hospital específico, mas eu não consegui vaga. Fiz um exame genético e descobriram que eu tenho uma mutação rara, que provoca o aparecimento desses tumores. Fui para outro hospital e eles queriam me colocar em um grupo de pesquisa, mas como eu já tinha feito dois tratamentos, não pude participar.”

Priscila então passou a fazer mais um protocolo de quimioterapia, que deixou a doença estável por um período, mas a medicação utilizada era bastante agressiva e ela teve muitos efeitos colaterais, como perda das unhas, pneumonite e hipersensibilidade na pele das palmas das mãos e dos pés. A doença voltou a crescer e foi quando a família e a equipe médica entraram com a judicialização do medicamento. 

Luta na justiça e a Vakinha

“Ficamos quase um ano na justiça lutando pelo acesso a um medicamento específico, mas não conseguimos. Recorremos até a última instância. Eles justificam que não possuem estudos suficiente para que eu utilize esse medicamento, mas a equipe médica me explicou que para esse tipo de câncer que eu tenho, somente esse remédio faz efeito. Ele entrou no Brasil em 2020 e em 2024 entrou para a lista do SUS”, diz. 

Esse remédio faz um bloqueio nas mutações, não permitindo que as células cancerígenas se multipliquem, o que permitiria que ela tratasse somente os tumores já existentes, sem que aparecessem novos. O custo é de aproximadamente R$ 12.500 cada dose e ela precisaria de 12 doses no primeiro mês. Depois do primeiro mês, menos doses serão necessárias.

“No primeiro mês de tratamento eu precisaria de pouco mais de R$ 150 mil, é muito dinheiro, mas essa é a minha chance para sobreviver e criar meus três filhos, ficar com a minha família. Eu sou muito tímida, é difícil para mim me expor, mas eu preciso fazer isso para que eu possa conseguir esse valor. Sou muito grata a Deus por todas as pessoas que estão me ajudando nessa luta, a cada um que faz doações, que compartilha nossas publicações e que ora por nós”, finaliza. 

Para ajudar, basta acessar a Vakinha online https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajudeapri ou doar diretamente para o pix da campanha 5074027@vakinha.com.br. Conheça a história dela no Instagram @salveapri.