Segunda-feira às 16 de Setembro de 2024 às 04:02:49
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Número de incêndios em vegetação em Campo Largo tem aumento de 60% em relação a 2023

Informações do Corpo de Bombeiros de Campo Largo, somente do dia 31 de agosto até o dia 05 de setembro foram 15 ocorrências registradas.

Número de incêndios em vegetação em Campo  Largo tem aumento de 60% em relação a 2023

Vídeos mostram uma situação alarmante que vem acontecendo em vários bairros campo-larguenses: o incêndio em áreas de vegetação. Conforme informações do Corpo de Bombeiros de Campo Largo, somente do dia 31 de agosto até o dia 05 de setembro foram 15 ocorrências registradas.

Quando ampliada a ótica sobre os números, também há um choque. Conforme o capitão Guilherme Tosato, do 7o GB Campo Largo, em 2020, Campo Largo e todo o Paraná vivenciou seu pior período de estiagem, quando foram registrados 121 incêndios. “A partir de 2021 nós fomos vivendo reduções, porém, em 2024 já estamos vendo um aumento bastante expressivo no atendimento de ocorrências ligadas a incêndio em vegetação. Até setembro nós atendemos 68 casos, o que representa um aumento de 60% nos casos em comparação ao ano passado, por exemplo, quando registramos 41 ocorrências. E o ano não acabou ainda.”

O capitão explica que foi necessário, inclusive, reforçar a escala da corporação com mais dois bombeiros em Campo Largo, para atender a demanda nos últimos dias. “Mais de 90% das causas destes incêndios que vem acontecendo são consequências da atitude humana. Não são propositais, em algumas vezes, mas acabam tomando proporções grandes e fogem do controle. Muitas vezes foi uma fogueira, uma limpeza de área para queimar o mato, que são atitudes não recomendadas pelo Corpo de Bombeiros devido ao risco que o cidadão expõe a si mesmo e a outros e também por ser um crime ambiental. Também há situações de incêndio doloso, quando há causa intencional, porém, em Campo Largo, ainda não efetuamos prisões”, explica.

Previna incêndios e o que fazer caso eles aconteçam
Questionado sobre como prevenir os incêndios, o capitão enfatiza a importância em não acender fogueiras, principalmente nesta época, que o mato está seco. “Recentemente nós tivemos baixas temperaturas, com geada, então em áreas de vegetação baixa o mato está seco, se torna uma palha, acaba incendiando de maneira muito fácil e rápida para se espalhar. Por isso, a melhor medida de prevenção é não realizar queimadas de nenhuma natureza neste período”, orienta.

Também fala sobre a limpeza dos terrenos, não deixar acumular resíduos verdes e lixo, que podem gerar combustão, além do descarte correto de materiais eletrônicos, pilhas e materiais de construção, por exemplo. As recomendações sobre descarte correto de materiais metálicos, como papéis alumínios, papéis de bala e também bitucas de cigarro continuam válidos, pois também podem provocar incêndios.

“Caso seja identificado incêndio em um local de mata, seja ela baixa, fechada ou uma área de preservação, por exemplo, a primeira atitude deve retirar pessoas e animais de casas e estabelecimentos próximos e buscar um local seguro. Após isso, é importante ligar para o Emergência 193 e lá passará por uma triagem, respondendo algumas perguntas dos atendentes. Nós estamos em um período delicado, onde diariamente recebemos muitos chamados de incêndio em vegetação, então precisamos, muitas vezes, avaliar os casos mais graves para priorizar o atendimento. Responda as perguntas feitas pelo atendente, isso auxiliará muito no nosso trabalho de preparo da equipe e dos materiais também”, instrui.

Alerta também que o cidadão jamais deve tentar apagar sozinho um incêndio, pelo risco de queimaduras graves. “As pessoas não possuem o treinamento adequado, os equipamentos de segurança e combate às chamas. Há também o risco de o vento virar as chamas contra a pessoa, do calor intenso e das quedas, pelo terreno irregular, então isso pode ser muito perigoso. O ideal é aguardar a chegada do Corpo de Bombeiros”, completa.

Para incêndios em vegetação, o Corpo de Bombeiros em Campo Largo conta com uma pick-up adaptada, que presta os atendimentos com maior agilidade e consegue acessar com mais facilidade os mais variados campos.



Balões
Recentemente, uma leitora da Folha de Campo Largo denunciou a soltura de balões na região do Taquarinha, que por pouco não caiu na casa do avô dela, que tem 90 anos. Segundo o capitão Tosato, a soltura de balões é um crime ambiental justamente pelo grande risco de causar incêndios de grandes proporções.

“Quando avistar um balão no céu, é importante monitorar e verificar onde ele caiu. Se iniciar um foco de incêndio pequeno, deve ser combatido imediatamente. Se incendiar uma grande porção de mata, uma árvore, ou uma casa, por exemplo, retire pessoas e animais da região e acione imediatamente o Corpo de Bombeiros, que fará a contenção das chamas. É importante lembrar que por meio do 181 o cidadão consegue fazer denúncia anônima sobre a fabricação e soltura de balões. Por meio do 190, da Polícia Militar, é possível denunciar e os policiais realizam a prisão em flagrante”, finaliza.