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Attílio de Almeida Barbosa: campo-larguense de coração, destemido e que muito fez pela cidade

Uma das principais praças da cidade, inclusive onde está localizado o “Marco Zero” do município, é a Praça Attílio de Almeida Barbosa

Attílio de Almeida Barbosa: campo-larguense de coração, destemido e que muito fez pela cidade

Uma das principais praças da cidade, inclusive onde está localizado o “Marco Zero” do município, é a Praça Attílio de Almeida Barbosa, um ilustre paranaense, que viveu desde a infância em Campo Largo, entre os anos 1885 e 1962, sendo farmacêutico e também político. Anterior à Lei nº 04, de 25 de abril de 1962, que deu este nome ao local, a praça da região central era chamada de Praça Marechal Floriano Peixoto.

O filho do farmacêutico português João d’Almeida Barbosa e de dona Maria da Glória Corrêa Barbosa, nasceu em 11 de maio de 1883. Era natural da Lapa, mas em 1885 sua família mudou-se para Campo Largo, onde fundaram a tradicional Farmácia Barbosa e se instalaram na cidade. Em sua juventude, Attílio ficou responsável pela farmácia do ilustre político oposicionista Dr. Manesses Dória.

Segundo documento disponível no site da Câmara Municipal de Campo Largo, além de suas atividades farmacêuticas, Attílio foi também sonetista das rodas literárias de Leôncio Correia, Ermelino de Leão, Francisco Negrão, Jaime Ballão e Gilberto Beltrão. Exerceu atividade farmacêutica em Imbituva, Araucária e voltou para Campo Largo para ajudar seu pai.
Foi casado com dona Carlota Toppel Barbosa, com quem teve quatro filhos: Attílio de Almeida Barbosa Júnior, Ottília Barbosa Braga, João Augusto de Almeida Barbosa e Dóris de Almeida Barbosa Fabiani.

Política
Attílio era um “democrata convicto”, como escreve um jornal publicado em 1983. Foi revolucionário de 1930, quando instituiu o voto secreto, universal e direto. Segundo documento disponível na Câmara Municipal, ele foi nomeado prefeito e responsável pela construção das primeiras calçadas, meios-fios e por denominar ruas da cidade de Campo Largo. Inclusive, construiu a Praça em frente à Igreja Matriz, que leva o seu nome e foi recentemente reinaugurada – no dia 02 de fevereiro de 2024 – após ser revitalizada, mas mantendo a sua arquitetura clássica.

“Em 1932 foi exonerado do cargo de prefeito por aderir à Revolução Constitucionalista. Em 1934 foi eleito prefeito na oposição com quase 90% dos votos, mas acabou sendo exonerado em 12 de novembro de 1937. O interventor Manoel Ribas promoveu uma reunião de prefeitos para se solidarizarem com Getúlio Vargas e o Sr. Attílio foi o único voto contra; levantou-se na Assembleia e disse: ‘Não me levantei para discursar, mas porque sou contra’.”
Restabelecida a Democracia constituinte estadual em 1947, ele foi reeleito em 1953 como deputado pelo Partido Social Progressista. Foi autor do projeto de lei assinado por Bento Munhoz da Rocha, dispensando o emplacamento de bicicletas e carroças, entre outros projetos. Na Assembleia Legislativa, defendeu o homem do campo.

Morte
Até o fim de seus dias, Attílio trabalhou como farmacêutico, sem visar lucro, atendendo à população campo-larguense. Faleceu em 18 de abril de 1962, sendo colocado o nome da praça em sua homenagem pelo prefeito Emigdio Pianaro.