A Associação Dakila Pesquisas está realizando a maior e mais moderna expedição para mapear o Caminho de Peabiru, a estrada transcontinental mais importante da América Pré-Colombiana, que ligava povos, territórios e oceanos. O objetivo é reconstituir integralmente esta rede viária de superfície e subterrânea, que interligava todos os continentes em épocas passadas, e revelar cidades soterradas nestas regiões.
Para isso, estão sendo utilizadas tecnologias de ponta, incluindo o revolucionário LiDAR (Light Detection & Ranging) com aviões e drones, além do Georadar GPR - Mapeamento Subsolo Geo Radar.
Em novembro e dezembro, equipes de Dakila Pesquisas estiveram no Estado do Paraná, nos municípios de Curitiba, Campo Largo, Balsa Nova, Tibagi, Castro e Ponta Grossa. Durante as pesquisas, foram localizados túneis subterrâneos abaixo da Capela do Tamanduá por meio do GPR. Estes túneis foram utilizados pelos Jesuítas como rota de fuga durante conflitos com os indígenas da região.
Na região de Curitiba, a equipe esteve na trilha de Itupava onde foi encontrado o pavimento original do Caminho de Peabiru. Eles coletaram evidências que corroboram a autenticidade do trecho, como marcas, desenhos e inscrições nas pedras.
Caminhos como esses foram encontrados não só no Brasil, mas em diversas partes do mundo. Nos países andinos é conhecido como o caminho dos incas (Peru), caminho dos índios, do pai Tomé ou Sumé, Peabiru, Itapeabiru, caminho dos Tropeiros, entre outros. O CEO do Ecossistema Dakila, Urandir Fernandes de Oliveira, ressalta que até mesmo o renomado Caminho de Santiago de Compostela na Espanha faz parte dessa intrincada rede viária.
Desde a década de 1980, cientistas da associação visitam locais históricos em diversos países, incluindo Grécia, Turquia, Egito, Líbano, entre outros, buscando colher informações e provas concretas sobre a origem da humanidade. O mapeamento no Brasil está previsto para finalizar em 2024. Em seguida, serão rastreados outros países sul-americanos e, posteriormente, países de outros continentes.
“A reconstituição do Caminho de Peabiru trará uma visão mais completa da nossa história e das civilizações que usaram esses caminhos”, destaca Oliveira.
Segundo ele, os monumentos e artefatos encontrados nas expedições que envolvem o Caminho do Peabiru indicam que eram de civilizações altamente modernas e que deixaram um legado tecnológico impressionante para seus descendentes. “Não estamos embarcando no passado, estamos trazendo à tona segredos ancestrais que vão revolucionar os conhecimentos atuais e que há muito tempo se mantiveram ocultos”, revela o cientista.