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Mudanças de horários e ônibus quebrados tornam-se motivos de reclamação entre usuários do transporte coletivo

Mudanças de horários e ônibus quebrados tornam-se motivos de reclamação entre usuários do transporte coletivo

A semana foi conturbada para usuários do transporte coletivo, a começar pela mudança de horários das linhas Terminal Urbano de Campo Largo/Terminal Campina do Siqueira, do Ligeirinho, já na segunda-feira (13). Leitores da Folha de Campo Largo entraram em contato com a Redação para apontar situações que consideram preocupantes. Amep confirmou a retirada de 15 horários do Ligeirinho, mas disse que fiscais seguem acompanhando as linhas.

Já na quinta-feira (16), uma leitora estava no ônibus que quebrou durante a manhã e escreveu retratando um pouco da semana de quem precisou usar o transporte público. Segundo ela, o incidente do ônibus quebrado aconteceu pouco mais de 06h da manhã, necessitando que os passageiros fossem a pé para o Terminal Campina do Siqueira, a três quadras de onde o veículo parou.

“Desde segunda-feira, que teve alteração do horário dos ônibus, foram tirados vários horários de ônibus, temos tido problemas de lotação. Além disso, praticamente todos os dias algum ônibus tem um problema, hoje mandaram o ônibus menor, quando pegamos, a três quadras do Terminal do Campina um motorista de carro sinalizou para o ônibus que estava com fumaça saindo pela parte de trás. O motorista do ônibus parou pra verificar e estava vazando óleo.  Com isso, ele abriu a porta da frente e disse que não dava pra continuar a viagem e fomos a pé até o Terminal. Não estava tão longe, mas penso no risco que corremos todos os dias, tem ônibus que a porta simplesmente abre do nada na rodovia, esses dias aconteceu isso, eu não estava no ônibus, mas ouvi comentários de outros usuários.”

A leitora completa sobre os transtornos que os passageiros já passam, com as reformas no tubo, que “aumentaram 13 minutos a saída do Campina” e disse que espera que a mudança seja provisória, pois tem impactado bastante até mesmo no acesso aos ônibus em Campo Largo. “Faz quatro anos que eu uso o transporte coletivo, mas de uns dois anos pra cá piorou muito, esse ano então está péssimo. A população de Campo Largo cresceu muito e em vez de melhorar e colocarem mais ônibus eles tiraram os horários, isso inclusive nas linhas da Piedade, que aconteceu durante a pandemia e até hoje não voltou ao normal”, completa.

Outra leitora comenta sobre os atrasos também na linha Campo Largo/Guadalupe, que há alguns dias tem passando atrasado, além de sair do Terminal de Campo Largo com superlotação. “Quando chega nos pontos não tem como embarcar, não são só alguns horários isso começa às 07h da manhã e quando é 23h ainda está atrasado e lotado. O horário de saída do Terminal tanto de Campo Largo, quanto do Guadalupe, é com intervalo de de uma hora, isso dia de semana. Não aguentamos mais essa situação”, comenta.

Respostas

“Em relação à falha na operação dos veículos que operam nesta linha, que é extremamente severa e dispõe de vários dispositivos de segurança, a orientação da empresa referente a estes dispositivos é de interrupção imediata do serviço, que foi o que aconteceu na data desta quinta-feira. Em relação aos problemas de atrasos que aconteceram nesta semana, a Amep (Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná) realizou alterações em toda a programação horária desta linha em razão de dois fatores, onde o primeiro é a obra no Terminal Campina do Siqueira, em Curitiba, e também com a postergação da entrega da obra Ema Taner, que está há mais de seis meses causando diversos transtornos nesta operação, fazendo com que sejam necessários desvios pela cidade que são incompatíveis com o porte dos veículos. Ainda assim estamos empenhados em atender a população da melhor maneira possível”, frisa a Empresa de Ônibus Campo Largo em resposta à Folha.

Acrescentou ainda à nota: “Os atrasos frequentes, infelizmente, são ocasionados por circunstâncias adversas o qual a empresa não tem controle, como por exemplo na última terça-feira, dia 14 de novembro de 2023, acidente na rodovia, o tombamento de uma carreta na BR-277, afetou a operação de todas as linhas da região”.

A Folha também procurou a Amep, que respondeu por meio de nota: “O atendimento no município de Campo Largo necessitou de ajustes devidos a diversos fatores, entre eles: reforma do Terminal C. do Siqueira e identificação do aumento de trânsito na BR-277, aumentando assim o tempo de viagem. Como toda nova mudança, estamos analisando o impacto e fazendo pequenos ajustes”, confirmando à Folha que 15 horários foram retirados. “Nossos fiscais estão acompanhando a operação. Mas tirando os fatos de problemas que tivemos na semana passada, os veículos estão dentro da capacidade”.

Segurança à noite

Uma usuária da linha Campo Largo/Guadalupe retratou outra dificuldade, quanto à segurança no período da noite. “O motorista não aceita parar fora do ponto, mesmo sendo depois das 22 horas. O horário que eu desembarco é quase 23 horas, muitas das vezes sou só eu e mais duas mulheres ou somente eu, quando as outras não estão juntas, e temos que voltar caminhando quase 400 metros, aproximadamente, pelo acostamento da rodovia no escuro. Quase não tem iluminação pública, as luzes dos postes apagadas, a gente não sabe o que vai encontrar pela frente e não tem para quem pedir socorro, nos resta é andar pela rodovia até chegar na entrada do bairro.”

A usuária cita que há uma lei a qual permite que os ônibus parem fora dos pontos para mulheres, crianças e idosos após às 22h. Ela se refere à lei estadual 19.582/2018, apresentada na Assembleia Legislativa do Paraná pelo deputado Hussein Bakri (PSD), com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade desses grupos de pessoas que usam transporte público e que desembarcam dos veículos no período noturno.

A lei determina que, a partir das 22 horas até as 5 horas do dia seguinte, as mulheres, as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e os idosos que utilizem o transporte coletivo urbano de passageiros intermunicipal e metropolitano possam optar pelo local mais seguro e acessível para o desembarque. Tudo isso, desde que respeitado o itinerário previsto e as regras de trânsito.

“Tem vários assaltos nesse ponto, que fica em frente a um parque e uma passarela sem iluminação, o itinerário do ônibus é de cada uma hora, que também é um absurdo. Não tenho onde reclamar mais, já fiz até Reclame Aqui, não resolveu, ligar na empresa de ônibus também não adianta”, pontua.

Sobre essa situação em específico, a empresa de Ônibus Campo Largo respondeu: “A segurança dos passageiros é uma prioridade, e entendemos a importância de ter condições adequadas para desembarque, principalmente em horários noturnos. A empresa de Ônibus Campo Largo informa que orienta os motoristas a pararem fora do ponto após as 22 horas, porém, ressalta que o local demandado não é considerado seguro devido à localização na rodovia, onde o ônibus necessita de um espaço adequado para desaceleração, desembarque e aceleração ao acessar novamente a rodovia, aliado a um bom campo de visão para realizar a manobra com segurança para todos.

Acreditamos na importância de melhorias significativas para atender às necessidades dos passageiros. Por favor, nos forneça seu contato para que possamos manter você informada sobre os progressos e quaisquer medidas que possam ser tomadas para resolver essas questões”, finaliza.