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Chuvas deixam rastro de destruição e 34 pessoas ficam desabrigadas

 Chuvas deixam rastro de destruição e 34 pessoas ficam desabrigadas

Chuva intensa e tempestade marcaram o último final de semana do mês de outubro, dias 28 e 29, em Campo Largo. Mais uma vez, sendo essa a quarta semana com chuvas fortes registradas, os campo-larguenses viram alagamentos em vários pontos da cidade, mas desta vez com a necessidade de remoção de 34 pessoas de suas casas, inclusive com apoio de um barco.

Conforme divulgação oficial do balanço realizado pela Defesa Civil Municipal, de sábado (28) até segunda-feira (30), foram realizados 250 atendimentos e orientações somente no bairro Itaqui, 40 no Itaboa e mais 30 no Cercadinho, distrito da Ferraria.

Diante dos atendimentos, 34 pessoas foram retiradas de suas residências e encaminhadas para um abrigo público. Segundo a Prefeitura, duas pessoas foram retiradas do bairro Cercadinho e estão na casa de familiares, mais 11 foram retiradas do bairro Itaqui e também estão com familiares temporariamente. De acordo com a Defesa Civil de Campo Largo, são pelo menos 20 crianças e adolescentes remanejados de suas casas, sendo quatro crianças de colo.

Entre os locais disponibilizados pelo município para receberem desabrigados estão a Casa Lar e o salão da Igreja do Cercadinho. Já para as famílias desalojadas, que deixaram as casas em virtude do desastre, mas não necessitam de abrigo público por se refugiarem na casa de parentes ou amigos, a Prefeitura fornece todo o suporte para a retirada das pessoas e dos seus pertences.

Ainda, foram realizadas desobstruções de vias pelas equipes das secretarias de Obras Viárias e Ordem Pública. Entre os atendimentos mencionados estão: Estrada da Faxina e Estrada do Retiro, ambas com queda de barreira e árvore; Rua João Stukas, PR-423 (km 16) ambas com queda de árvore; Rua Antônio Gabardo Júnior, com isolamento devido ao desmoronamento; Estrada da Cachoeira, no Jardim Carmela; e três atendimentos na Estrada do Cerne na altura da curva do S, na altura do Javacaé e na altura da fábrica de Gelo.

Durante essa semana os atendimentos continuaram sendo realizados também pelo Comitê Cidade Resiliente, formado por um grupo de 100 servidores públicos municipais, que atuam de maneira voluntária, em atendimento das famílias afetadas. O comitê conta com a força-tarefa de plantão das equipes de todas as secretarias municipais, da Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, DepTran, Saúde e Defesa Civil do Município e Estado.

Esgoto

No bairro Francisco Gorski duas residências foram invadidas por água com esgoto advinda de outras residências pelo solo. Segundo informações repassadas pelo morador, o encanamento passa por debaixo das construções. Provavelmente, com o volume de água, ele acredita que esses canos tenham rompido e a água passou a, literalmente, verter do solo.

Outra leitora relatou que no Jardim Esmeralda foi registrado ocorrência de transbordo de esgoto, causando inclusive a queda de muro.

A Folha entrou em contato com a Sanepar, para verificar sobre atendimentos na cidade, e o órgão repassou a seguinte nota: “Na Rua Líbia, a casa foi construída em local irregular. Além da tubulação de esgoto,  o imóvel está sobre uma galeria de drenagem de água da chuva da prefeitura, existentes antes da construção do imóvel. No Jardim Esmeralda, na Rua Roraima, a área de desenvolvimento operacional já esteve no local avaliando a situação para o devido atendimento”.

A família da Rua Líbia declarou que um advogado está acompanhando o caso, visto que a casa é financiada

Como agir em caso de alagamento

A Prefeitura publicou uma série de cuidados necessários para evitar doenças e saber como agir na hora de deixar a casa por ocasião de alagamento ou inundação.

Ressaltam que só deve-se voltar para casa se a Defesa Civil autorizar e declarar área segura, pois há risco de novas enchentes e deslizamentos; na volta para casa, observar se há vazamento de gás ou cabos de energia descobertos. Assuma sempre que estão com carga e que oferecem risco. Não leve crianças, nem idosos ou animais no primeiro momento e nem vá sozinho.

Evite ao máximo contato com a água acumulada, usando botas e luvas de borracha para proteção contra micro-organismos, trauma com objetos ocultos e/ou quebrados. Olhe sempre onde pisa, o chão estará muito escorregadio. Lembre-se que podem existir animais assustados em procura de abrigo, como cães, cobras, aranhas, escorpiões e outros.

Se ficar com os pés sem proteção adequada muito tempo na água, examine-os diariamente em busca de feridas, bolhas, lesões perfurantes e mantenha os pés o mais seco possível para evitar o “pé de imersão”, que pode ser doloroso e causar infecções graves.

Todos os alimentos, remédios e cosméticos que tiveram contato com a água (mesmo umedecido ou fechados), devem ser descartados. Isso incluem garrafas e latas fechadas e lacradas, sacos de plástico com alimentos, pois possuem alto risco de contaminação por bactérias, fungos e químicos (venenos, combustíveis, adubos e esgoto e fossas sépticas).

Jogue fora toda comida da geladeira se faltou luz, pois a perda de refrigeração faz com que a comida estrague mais rápido.

Cuidados especiais

Crianças de colo e idosos devem receber cuidados diferenciados, assim como pessoas com depressão (imunodeprimidos) e com doenças crônicas, como diabetes, cirrose, pós quimioterapia e com mobilidade diminuída.

Sinais de alerta podem ser recusa alimentar, apatia, rebaixamento do nível de consciência, queda de temperatura corpórea, feridas na pele e mudança padrão habitual. Lembre-se sempre de quem mora sozinho, idosos e pessoas com dificuldades podem precisar mais de ajuda. Não é recomendado uso de antibiótico só por ter sido exposto à água de enchente; se houver sinais e sintomas, procurar atenção médica.

 

Beba água somente de fonte segura, ou seja, água recebida da Defesa Civil e agentes que estão trabalhando na “linha de frente”. Beba somente água de garrafas que não foram atingidas pela água de enchentes. Não confie na água em caixa, mesmo que não tenha sido atingida. Tudo deverá ser limpo e descontaminado antes do uso. Essas orientações são da Vigilância Sanitária e podem salvar vidas.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente orienta não tomar água dos poços artesianos, pois os mesmos podem estar contaminados. É preciso uma análise apropriada. A atenção com as águas acumuladas é fundamental no cessar chuvas, como aconteceu nesta segunda-feira (30), pois podem aparecer criadouros de mosquitos transmissores de doenças como dengue, febre amarela, malária e outras.

Como descontaminar a água

Se houver a necessidade de descontaminar a água, use Hipoclorito 2,5% (duas gotas para cada litro de água). Deixe agir por 15 minutos antes de utilizar para cozinhar alimentos ou beber.

Também é possível utilizar água sanitária doméstica, 2,5%, na mesma medida do hipoclorito, porém não se esqueça de verificar antes se não há corantes ou aromatizantes na solução. Se houver, não a utilize para descontaminação. Ainda, se não houver hipoclorito, passar a água por um pano limpo; aqueça até a fervura e deixe ferver por 2 minutos antes de usá-la. Essa água poderá ser usada para higiene pessoal e em alimentos. Lave as mãos sempre que for manipular alimentos ou água de consumo.

Recomenda-se vacina antitetânica, como reforço pós exposição.

Se aparecerem sintomas como febre, calafrios, diarreia, vômitos, dor muscular, visão borrada, dor de cabeça persistente, dor abdominal, manchas de pele, olhos amarelados, sangramentos, devem ser avaliados por médico. Sempre informe o médico que esteve em contato com águas de enchentes, mesmo que apareçam após 20 ou 30 dias após o fato.

Defesa Civil:

199 ou (41) 99833-8888 / Corpo de Bombeiros: 193. Guarda Municipal: (41) 3291-5153. Ponto de coleta de doações: Centro da Juventude - Rua Ademar de Barros, 196, bairro Bom Jesus.