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Campo Largo tem mostrado sua força também nas regiões rurais

Campo Largo tem mostrado sua força também nas regiões rurais

Campo Largo tem sido considerada uma cidade com grandes possibilidades de crescimento em vários setores que não ficam restritos à região central. Com muito trabalho, o interior do município tem buscado formas de investir e expandir negócios, além de contarem com ações voltadas à regularização fundiária, que trará mais dignidade às famílias.

Aspecto urbanístico

A Folha conversou com Juarez Carvalho, diretor de Habitação e Regularização Fundiária do município, que explicou um pouco do trabalho desempenhado nestas regiões mais interioranas e com expansão urbana, como Bateias, que tem projeto de regularização fundiária de oito áreas e beneficiará milhares de campo-larguenses.

“A grande questão em Bateias é a presença de um lençol freático, o que impede construir prédios na região. Temos estudado muito esta área e estamos com processo de regularização fundiária que levará os títulos de propriedades, que não haviam sido liberadas antigamente, às famílias que vivem lá. Estamos em constante diálogo com a Amep e o IAT sobre essas regiões. Há muitas questões envolvidas, muitos processos, mas que em breve devemos realizar esta entrega.”

Dentro das regiões do Salgadinho e do Fazendinha, Juarez comenta que há localidades para regularização já protocoladas e em fase de estudos e levantamento de dados.

Partindo para a parte do interior, Juarez relembra que foram entregues pela Cohapar cerca de 11 casas para a comunidade quilombola e o desafio agora é a ligação de água até as casas, já na fase de distribuição.

Comenta ainda sobre os nove poços artesianos abertos pela Prefeitura na região dos Três Córregos, cujo investimento foi de R$ 2 milhões. Para a canalização desta água, que será levada em até 30 km para abastecimento destas famílias com água de alta qualidade, inclusive de água mineral, serão investidos mais R$ 6 milhões.

“Temos uma região muito forte na extração de minerais e também em plantação de pinus, que são levados para serem beneficiados em outras cidades por não haver um abastecimento adequado de energia elétrica para instalação de indústria madeireira, por exemplo. Estamos, junto à Cocel, realizando tratativas para que esse abastecimento aconteça o mais breve possível, podendo no futuro realizar a instalação de empresas de maior porte, que serão atendidas com a voltagem necessária.”

Sobre a região da Colônia Dom Pedro, Juarez comenta que na intenção de fomentar o turismo e promover um acesso mais facilitado, estão previstas melhorias viárias.

Aspecto da agricultura e pecuária

A Redação também conversou com o secretário de Agricultura e Pecuária, Celso Vedan. Segundo ele, um dos braços fortes é a agricultura familiar, responsável pela movimentação de 50 toneladas de alimento por mês na cidade, via Cooperlargo. A Cooperlargo foi fundada em fevereiro de 2010, com diretoria formada por agricultores e com mais de 100 cooperados cadastrados.

“Campo Largo tem uma cultura forte de pequenos agricultores. Embora tenhamos a presença de grandes terrenos de propriedade de agricultores, muitos acabam arrendando o espaço para outros realizarem o plantio, ficando em porções menores. Não temos hoje espaços sem plantio e sempre há uma grande variedade de produtos plantados”, ressalta.

Vedan diz que ainda no mês de agosto, máquinas irão ao interior para realizar o preparo da terra aos agricultores, visando o plantio em tempo adequado, sem atrasos. Essa iniciativa agiliza o trabalho no campo e acaba sendo uma alternativa mais econômica para o agricultor.

Os primeiros a receberem o trabalho das máquinas serão os quilombolas, que irão começar um trabalho com plantio e venda de mandioca para a merenda escolar, que virão já descascadas e embaladas.

A venda de produtos para a merenda escolar é uma grande oportunidade para a agricultura familiar. A cooperativa participa de processos licitatórios para o fornecimento de alimentos para a Educação em Campo Largo e outras cidades da região, podendo cada associado a ela vender 20 mil reais por município em produtos.

Sobre a criação de animais, Vedan explica que são na maioria para consumo da própria família e em casos muito pontuais acontece a venda. O que é mais expressiva é a produção de produtos de origem animal, como queijos, salames, entre outros. A boa notícia é que, com a participação em consórcio intermunicipal, permitirá que esses produtores realizem a venda dos produtos em outras cidades da região de maneira mais facilitada.