Foi realizada na última terça-feira (08) a 3ª Audiência Pública do Transporte Coletivo na Câmara Municipal. Promovido pela Prefeitura de Campo Largo, o evento promoveu diálogo entre autoridades e população, visando buscar meios para melhorias no transporte público da cidade, bem como apresentar o planejamento da Administração Municipal para a ampliação da mobilidade urbana no município.
A terceira audiência faz parte das etapas do desenvolvimento da nova concessão do transporte público que visa melhorar o serviço em Campo Largo, atender os bairros e contemplar o maior número de usuários, com segurança, qualidade e agilidade.
O projeto para a melhoria do transporte público teve início em 2022 com a realização de duas audiências realizadas em 2022, uma pesquisa de campo com mais de 400 entrevistados, uma pesquisa online com mais de 1.300 participantes, além da composição de uma comissão multidisciplinar com técnicos de diversas secretarias municipais e visitas técnicas a outros municípios, para identificar projetos de referência em qualidade do transporte público.
Conforme divulgou a Prefeitura de Campo Largo, foram 58 pessoas acompanhando a audiência, que também foi transmitida via Facebook da Câmara Municipal, momento em que foram abordados diversos aspectos que compõem a nova licitação do transporte público, programada para ter início no primeiro bimestre de 2024. Para esta nova concessão, almejando uma melhoria substancial, foram estabelecidas diretrizes fundamentais.
Dentre as medidas, merece destaque a proposição de reativação de linhas e expansão dos serviços prestados, assegurando que nenhum atendimento, atualmente disponível, será interrompido. Uma ênfase relevante foi direcionada à apresentação da identidade visual dos ônibus, visando aprimorar a experiência dos usuários e a identificação da frota municipal.
Propostas apresentadas
A participação popular aconteceu por meio de perguntas na parte escrita e algumas das perguntas foram respondidas no evento. Outras, entretanto, serão respondidas diretamente ao cidadão, via contato registrado no papel.
O primeiro a discursar foi o secretário de Ordem Pública, Samir Moussa, que agradeceu a presença de todos, que reforçou o trabalho de pesquisa e conversa com a população no período superior a um ano. “Queremos trazer o que há de melhor no transporte público para a nossa cidade, por isso estamos aqui com a nossa equipe, trabalhando neste projeto.”
Kaio Mesquita e Luiz Felipe Gomes Dellaroza, o consultor da Imtraff Engenharia e Mobilidade, consultoria responsável pelos estudos e desenvolvimento dos projetos em parceria com a Prefeitura, tomou a palavra logo em seguida, quando destacou que todo o projeto foi embasado na Lei Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável, que visa garantir acessibilidade universal, segurança, equidade, eficiência, entre outros atributos. “Tivemos todo um trabalho de levantamento de dados e referências para entregar o melhor projeto possível. Dentre as propostas para o novo sistema, além das linhas atuais, existem mais sete propostas que comporão todo o sistema, desde traçados e itinerários, inclusive de regiões não atendidas ou mal atendidas, sendo elas as principais. Os pontos de embarque e desembarque também estão no projeto, para levar mais segurança aos usuários.”
Um dos pontos abordados foi a integração entre a região central com o Terminal de Bateias, sendo um dos principais fluxos da região e a partir deste ponto haverá uma interligação para as regiões rurais, melhorando o atendimento das mesmas. A segunda proposta está ligada à Via Veneza e também da linha Populares, com um novo traçado. A terceira proposta interliga a região central à Ferraria e a reativação da linha 117, na Rondinha, visando melhoria no atendimento, que é o princípio das sete propostas apresentadas.
A proposta quatro interliga o Centro à Região Sul da cidade, que contemplam linhas entre a 106 e 207; na proposta cinco há uma interligação na região rural, partindo do terminal ao Norte (Bateias), com menor traçado mas com maior abrangência. Na proposta seis o traçado contemplado é da linha 100, no Partênope, que no novo traçado irá passar pelo conjunto habitacional Joaquim Celestino, visando maior abrangência. Por fim, a proposta sete traz algumas mudanças para a linha 108, mais ao Sul do município.
O projeto prevê atualização da frota com novos manuais, plugin para carregadores de celulares, câmeras de monitoramento interna e externa e telas e letreiros informativos. Os usuários poderão ter acesso a informações das linhas via aplicativo gratuito e site com chatbot, mais meios para compra de passagens – inclusive pagamento via cartão de crédito ou débito, contemplando localização do veículo, bilhetagem, atendimento ao usuário, entre outros, com grande foco na transmissão de informações e dados aos usuários. As especificações ficarão disponíveis no edital de lançamento de licitação.
Sobre o cálculo tarifário, Luiz declarou que está sendo usado o que há de mais moderno para efetuá-lo, considerando todos os custos e todas as entradas, visando maior transparência. A gratuidade será definida por decretos vindos da Prefeitura ou Câmara Municipal. Está sendo estudado ainda a possibilidade de integração dos ônibus com as linhas de Curitiba.
Lembrando que o vídeo na íntegra da audiência pública está disponível no Facebook da Câmara Municipal.
Bilhetagem
Outro aspecto importante foi a determinação de que o sistema de bilhetagem passe a ser administrado pela Prefeitura. Essa decisão proporcionará um controle mais rigoroso e efetivo sobre o funcionamento do sistema de transporte público em sua totalidade.
Eventuais atrasos e problemas mecânicos nos veículos poderão ser prontamente monitorados e fiscalizados, assegurando um serviço mais confiável e responsivo.
Ainda durante a audiência, foi submetido à Câmara Municipal de Campo Largo um projeto de lei que visa a aplicação de penalidades à empresa concessionária em caso de infrações, tais como atrasos ou outras problemáticas que afetam a qualidade do serviço e, principalmente, o cidadão campo-larguense.
Mais etapas
O próximo estágio consiste na conclusão dos ajustes finais e na detalhada elaboração do Termo de Referência, junto ao projeto básico e o novo Edital de Concessão. Uma vez efetuadas as adequações, o edital será devidamente publicado, sinalizando o início do processo licitatório. Assim, tanto o edital quanto os documentos pertinentes estarão acessíveis ao público em geral, permitindo uma análise transparente e participativa por parte da população e das instâncias externas envolvidas.