A campo-larguense Emanoelle Estevão, que vive há seis anos na cidade de Auckland, na Nova Zelândia, tem tido a oportunidade de vivenciar de perto as emoções da Copa do Mundo de Futebol Feminino, iniciado em 20 de julho e com a final a ser realizada em 20 de agosto.
Ela conta que o sonho de viver fora do país veio após vivenciar um intercâmbio para aprender Inglês no país, junto com o namorado. “Fomos tendo oportunidades e em agosto de 2022 conquistamos a nossa tão sonhada residência. A Nova Zelândia é um país muito tranquilo, seguro, com oportunidade de trabalho e a mão de obra valorizada, somada com a qualidade de vida foi o que nos motivou a querer ficar aqui.”
Neste ano, a Nova Zelândia e a Austrália se uniram para sediar a Copa do Mundo, e Emanoelle, que é formada em Educação Física, conta que teve recorde de público, com aproximadamente 42 mil pessoas assistindo. “Infelizmente não tive a oportunidade de prestigiar a abertura, pois estava trabalhando, mas tenho amigos que foram e contaram que foi uma festa muito bonita. O jogo de estreia foi Nova Zelândia (NZ) contra Noruega, onde a NZ entrou e de maneira histórica conquistou a sua primeira vitória em sua primeira Copa do Mundo, foi muito comemorada”, relembra.
Ela conta que teve a oportunidade de assistir Argentina x Itália, e avalia que foi um jogo bom, onde a Itália ganhou de 1x0. “Assisti também os Estados Unidos x Portugal. Esse jogo foi emocionante, valia a classificação para as oitavas de finais, foi muito disputado, pois o EUA com o empate já se classificaria, mas se Portugal ganhasse o jogo se classificava. Foi disputa acirrada do começo ao fim, onde Portugal teve a maior posse de bola. O lance mais emocionante e que levantou ainda mais a torcida foi um chute de bola na trave. Nós estávamos torcendo por Portugal. Nesta partida o público foi de 42.948 pessoas superando o jogo de estreia”, conta.
Emanolle comenta que o próximo jogo que irá assistir será na semifinal, que acontecerá no dia 15 de agosto. “Infelizmente não tive a oportunidade de acompanhar pessoalmente nossa Seleção, pois o grupo em que o Brasil está disputando está jogando na Austrália, estou apenas acompanhando pela televisão ou pela internet”, comenta. “O que posso dizer é que o jogo da Seleção na estreia contra o Panamá teve vários lances lindos e o jogo contra a França também tivemos vários momentos marcantes, mas infelizmente a vitória não veio”, diz.
Copa do outro lado do mundo
Perguntamos como tem sido o clima no país para a Copa do Mundo e Emanoelle descreve que, como a Nova Zelândia está disputando a Copa, é um assunto bem comentado, pois a expectativa daqueles que gostam de futebol era grande. Cita duas partidas que marcaram o país, que foi entre Holanda e Vietnã, em que a Holanda venceu a partida por 7x0 e o jogo de Portugal contra o Estados Unidos, por ter sido bastante disputado.
“A Nova Zelândia não é um país futebolístico como os países latino-americanos, principalmente o Brasil, ou como alguns países europeus onde o futebol é assistido e bastante comentado. O esporte que movimenta a nação neozelandesa é o rugby e o cricket, mas mesmo assim tenho visto movimentações e os públicos que estão indo aos estádios, em números bem significativos e o próprio governo incentivando as pessoas fornecendo o transporte sem custo para ida aos estádios”, ressalta.
No ano passado, quando aconteceu a Copa do Mundo Masculina, Emanoelle estava em período de férias no Brasil, então pode sentir a “vibe” da Copa do Mundo tradicional no país. “Copa do Mundo é totalmente diferente estando no Brasil, dá mais alegria em ver os jogos. Na Copa de 2018 eu estava na Nova Zelândia e via várias reuniões em ‘pubs’ onde várias nacionalidades, principalmente os brasileiros, se reuniam para acompanhar o evento.
Valorização do esporte
Como profissional da Educação Física e atleta do karatê, Emanoelle comenta que todo esporte deveria ser apoiado e valorizado, independente do gênero ou modalidade. “A desigualdade existe, mas acho que felizmente estamos tendo uma geração que vem apoiando mais e valorizando mais. Ainda tem muito a mudar para que seja igual, mas percebo que a mulher vem ganhando palco, pois a falta de credibilidade gera a falta de patrocínio, a falta de público, a ausência do apoio e isso faz com que as atletas se sintam desmotivadas”, pontua. “Por isso, fica o convite a todos, para que quando tiverem a oportunidade assistam e apoiem a Copa do Mundo Feminina, isso é importante”, finaliza.