Na tarde de terça-feira (25), mais de 150 mulheres prestigiaram o evento realizado pelo Acicla Mulher na Casa da Cultura, na programação da Semana Empresarial da Acicla. O coquetel foi um momento de confraternização e networking entre as participantes, reunindo profissionais de diversos setores, como também de reflexão após o Talk Show.

Com o tema ‘Empreenda em você’, que tem um sentido muito amplo, em muitos pilares, o objetivo era promover uma troca de experiências e conexões, estimulando o autocuidado e a busca do equilíbrio. A conversa foi mediada pela coach Rachel Vianna e contou com a presença da médica Dra. Valderez Parolin Teixeira, geriatra, que já assumiu importantes cargos inclusive a nível estadual, sempre muito relacionada no meio da Saúde, até mesmo co-autora do projeto de Saúde da Família do Estado do Paraná.

Também a psicóloga Josiane Czornei Pizzutto, com experiência de mais de 15 anos em Recursos Humanos, atuou em empresas nacionais e multinacionais. Agregou ao evento a empresária Cristiane Lissoni - CEO da Zoli Eventos Exclusivos, que trouxe uma grande experiência da empresa da família, a Mili, e da rede de network virtual, com encontros semanais, que hoje conta com mais de 800 empresas de todos os ramos, chamada Zoli & Parcerias. A empresária conhecida e respeitada em Campo Largo, a Valéria Barrichello, contribuiu com sua trajetória de vida pessoal e profissional, com sua história frente às Óticas Campo Largo.

“Aprenda a dizer não”
Cristiane Lissoni disse que ainda quer fazer um livro sobre os aprendizados que vem tendo ao longo da vida do seu pai, com 80 anos de idade e à frente da Mili, uma referência em itens de higiene. Uma das frases que ele sempre fala e que pra ela é muito libertador é: “Aprenda a dizer não. Se você não aprender a dizer não você não vai crescer.” Um dos ensinamentos que ela leve pra vida pra conseguir dar conta de tudo, das empresas e vida pessoal.

A psicóloga Josiane completou que vivemos numa sociedade que nos exige muito. “Temos que ter uma carreira ótima, vida pessoal excelente e a gente vive muito um ideal de mundo de perfeição e a sociedade nos exige muito. Vou dar conta de tudo? Claro que não. Então a gente tem que saber o que vamos deixar de lado. Para quem vou dizer o não e tem formas de dizer não. Humanamente impossível dar conta de tudo em todos os pilares da tua vida. Tem que aprender a dizer não e justificar o porquê, saber se posicionar que naquele momento não consegue. O não é necessário. Faça suas escolhas de forma consciente para ajudar o outro.

Este estereótipo da mulher maravilha, cuidado. A sociedade exige isso, mas não vai cuidar da gente depois”, argumenta.
Dra. Valderez acrescentou que todas têm tripla jornada, independente da idade. Citou o podcast Bons de Papo, do qual participou e falou sobre a prevenção de doenças como Alzheimer que acarreta principalmente mulheres. “Primeiro a pessoa tem que se colocar como prioridade, se preservar dizendo não às vezes, o que muitas vezes não aprendemos a fazer. Podem ser evitados muitos vícios e doenças, mas é preciso trabalhar o stress, porque é algo que vai acontecendo aos poucos e tem muita relação com não saber dizer não. Algumas atitudes simples frente à sua vida vão melhorar uma série de coisas. Se não resolveu hoje, faça amanhã. Agenda não precisa ser diária, pode ser semanal para evitar cobranças. Ter uma atitude positiva frente à vida e conseguir se alimentar bem, manter uma atividade física vai melhorar muito a vida no futuro. Maioria das doenças são evitáveis”, orienta.

E como dar conta de tudo?
Valéria contou um pouco sobre sua vida e desafios que precisou enfrentar. Detalhou que passou por mudanças na família, assumiu uma empresa e todos os desafios que vieram com ela. Muitos falavam que era fácil, porque ela era herdeira do negócio, mas ressaltou que teve que ativar o modo guerreira. “Já era uma loja de muita credibilidade e com isso uma responsabilidade ainda maior. Estoque grande e obsoleto e muita inadimplência quando assumi. Passei a implementar novas formas de trabalhar e fui criticada por clientes e funcionárias devido às mudanças. Falavam: ‘Na época da tua mãe não era assim’”, diz ela, que precisou lidar com isso, em meio à mudanças de uma era digital.

Com tantas prioridades com a empresa, viu que prioridades na sua vida foram ficando de lado. “A experiência do empreendedorismo nos faz ver que a dor e dificuldade nos fazem crescer e aprender. Quando estamos na zona de conforto a gente se acomoda, mas nas dificuldades precisamos fazer movimento de se levantar e reagir. Aprendi a empreender e a olhar para mim e minhas aflições, me priorizar”, conta ela, há 12 anos nesta caminhada.

Frisou a importância de buscar o equilíbrio e compartilhou que viu que precisava se cuidar esteticamente, mas principalmente na saúde.  “Essa cobrança constante de estar bem é cansativa e é preciso priorizar. Passei a fazer atividades físicas simples e comecei a perceber o quanto me fazia bem”. Ver a filha crescendo e perceber que estava envelhecendo, mas queria estar bem para acompanhar isso fez com que ela sentisse a necessidade de mudar de atitude. “Precisei mudar rotinas. A vida não é só pagar boletos, precisamos nos priorizar, nos aceitar, olhar para nós mesmas. Temos potencialidades e limitações. O estar bem é também aceitar nossas limitações”, frisou.