Originalidade e capricho refletidos no trabalho de Vergílio Borges, o Grillo, fez com que vencesse o edital para expor suas obras na Feira do Jardim Botânico, em Curitiba.
Originalidade e capricho refletidos no trabalho de Vergílio Borges, o Grillo, fez com que vencesse o edital para expor suas obras na Feira do Jardim Botânico, em Curitiba, ponto turístico conhecido em todo o Brasil e também no mundo.
Grillo é artista há mais de 20 anos, dedicando-se em retratar em suas obras instrumentos musicais – especialmente as guitarras - e também uma particularidade sua, aranhas, algo que desperta nele fobia, e assim trabalha este sentimento, por meio da arte, também como uma forma de superação. Para fazê-las, o artista usa cobre, alpaca, latão e pedras naturais. Há peças emolduradas, que dão um destaque ainda maior para tudo que é feito, que pode levar desde minutos até mesmo dias para ficar pronto.
Embora seja gaúcho de Porto Alegre e tenha passado por várias cidades, estados e países, Grillo há alguns anos escolheu Campo Largo para constituir família. Morava em uma chácara mais retirada, por apreciar a natureza, gostar de plantar alimentos orgânicos e querer promover este contato mais direto aos filhos e esposa, mas hoje voltou à cidade.
“Eu tento sempre fazer com que as pessoas tenham contato com a Arte por meio do meu trabalho. Quando cheguei à Campo Largo, participei do Conselho de Cultura, fiz exposições na Casa de Cultura, e estou sempre movimentando os artistas e os
Início na Arte
À Folha de Campo Largo, Grillo comenta estava um pouco insatisfeito com a vida que levava e com o conformismo de uma vida excessivamente tradicional, quando leu um livro capaz de abrir a sua mente, do autor Hermann Hesse, cujo título é Sidarta, além de outras músicas que questionam um padrão imposto. “A vida pode nos dar muito mais do que imaginamos. A acomodação e o contentamento com o pouco são ruins. Tem tantas culturas, pessoas, idiomas, lugares para conhecermos, pessoas que deveríamos conhecer. Saí do meu emprego e resolvi trabalhar com o artesanato e fui aprendendo com mestres e artesãos mais antigos, algo que começou com apoio de um amigo”, relembra.
Foi assim que Grillo começou a viajar e conhecer várias cidades, estados e países, o que fez com que o seu conhecimento e visão de mundo fosse expandido. Para ele, se tornou difícil manter-se em apenas um lugar, quando descobriu que era possível viajar bastante, mesmo com recursos mais limitados.
“Eu ia para as cidades e por meio do artesanato levantava um dinheiro. Conversava com muita gente. Levava uma vida muito simples, mas pulsante. Às vezes eu ficava um mês na cidade, às vezes eram poucas horas. Era muito dinâmico. Atravessei a fronteira e conheci outros países vizinhos nossos, aprendi novo idioma. Foram tantas cidades que passei, que não tenho como contabilizar, desde cidades do interior até litoral mais deserto, que são locais que eu prefiro”, comenta.
Grillo é um grande defensor da valorização do artista e comenta que já sentiu na pele grandes dificuldades das pessoas entenderem sua arte e estilo de vida. “Eu tive a oportunidade de mudar a minha mente e também em conversas, mudar a visão de muitas pessoas sobre a arte. Às vezes as pessoas ficavam incrédulas de eu ter saído do Brasil sem um carro. Eu já dormi na rua e também já dormi em hotéis excelentes. Hoje estou mais maduro e enraizado em Campo Largo, com a minha família, mas ainda assim, sempre que possível realizo viagens. Sempre falo quando tenho oportunidade que o conhecimento está disponível para todos nós em todos os lugares, não somente dentro de uma universidade”, salienta.