Com previsão de construção de viaduto na região do Trevo da Morte, local deve ficar mais seguro para acesso entre Botiatuva e Colônia Campina
Uma reivindicação que vem se arrastando há anos deve ser resolvida com prioridade dentro de alguns meses e acabar com a fama negativa do “Trevo da Morte”, no Km 19 da rodovia PR-423, que liga Campo Largo a Araucária.
A obra pertece ao Lote 1 da nova concessão rodoviária do Paraná, onde além da ligação entre Araucária e Campo Largo, pela PR 423, também incluem obras no Contorno Norte de Curitiba (PR-418), o Contorno Sul de Curitiba até o Trevo do Tatuquara (BR-277), a ligação entre Curitiba e Araucária (BR-476) e entre Araucária e a Lapa (BR-476), a rodovia entre a Lapa e a BR-277 (PR-427), a rodovia entre Curitiba e o Trevo do Relógio, perto de Guarapuava (BR-277), e a BR-373 entre Ponta Grossa e o Trevo do Relógio.
Conforme matéria divulgada recentemente pela Gazeta do Povo, o edital, que ainda está em andamento, com previsão de que o leilão aconteça dia 25 de agosto deste ano, prevê uma duplicação de aproximadamente 26 quilômetros de rodovia, sendo essa uma das primeiras obras a serem executadas e entregues à população nos novos contratos de pedágio do Paraná. Essa pressa se dá pela necessidade de fazer desta rodovia um desvio para os carros e caminhões que precisam passar pela região, permitindo o andamento de duplicação da obra do Contorno Sul de Curitiba, que é considerado “o pior gargalo de trânsito de todo o estado”.
O DER também já afirmou à Folha por meio de nota que em “2021 a interseção mencionada recebeu melhorias, como o microrrevestimento asfáltico, que melhora a aderência pneu-pista, a instalação de placas de advertência a 500 metros do local e instalação de sonorizadores. Também recebeu a instalação de ondulação transversal, execução de canteiro central de zebrado com instalação de tachões e cilindro delimitador”, sendo consideradas melhorias para ajudar na redução de acidentes graves no local. Além disso, entre o ano passado e este ano o departamento realizou “reforço na sinalização horizontal longitudinal e nova sinalização horizontal transversal, reforço na sinalização vertical (novas placas) e instalação de defensas metálicas com terminal absorvedor de energia para velocidade de até 80 km/h”.
Melhorias nos acessos
Entre as obras a serem executadas, o edital prevê que serão regularizados sete acessos, sendo um deles a construção de um viaduto no km 19 e melhorias na iluminação ao longo da rodovia.
Há alguns anos a Folha vem acompanhando os estudos feitos pelos órgãos competentes, que reconheciam a necessidade de uma mudança significativa para melhoria do trânsito na região. Em abril de 2021, o Departamento de Estradas de Rodagem havia divulgado uma nota à Redação de que “o trecho em questão deve ser contemplado nas futuras concessões rodoviárias, em elaboração pelo governo federal, com previsão de obras de intersecção em desnível no local do trevo atual”, o que de fato se concretizou.
Uma duplicação na PR-423 já havia sido anunciada em 2019 pela então Comec, órgão responsável à época, que aguardava trâmites burocráticos. Agora com a inserção desta rodovia no edital, os processos antigos são cancelados e somente neste é dado andamento.
Neste projeto, estão previstas readequações em duas travessias urbanas da rodovia, conforme divulgou a Gazeta, sendo uma em Campo Largo, entre os km 33,3 e 34,3, e outra em Araucária, entre os km 9,4 e 11,8, sem estabelecer uma previsão de construção de marginais. As obras ocorrerão desde o entroncamento com a BR-476, em Araucária, até o encontro com a PR-510, em Campo Largo e incluem duas passagens de fauna e instalação de estrutura para contenção de líquidos no cruzamento com o Rio Passaúna, com previsão de conclusão no terceiro ano da concessão.
Vale salientar que ainda não existem quaisquer projetos, visto que ainda está em fase de edital, irá para leilão e a empresa vencedora terá um prazo estabelecido para apresentar os projetos a serem de fato executados na região.
Custos
Conforme divulgação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para o primeiro lote, que terá um contrato de 30 anos e abrangerá uma extensão total de 473 km, compreendendo as BR-277/373/376/476/PR e as PR-418/423/427, a previsão de receita após estas três décadas esteja avaliada em cerca de R$ 27 bilhões. Em relação aos investimentos (Capex) previstos para o trecho, o valor estimado é de R$ 7,9 bilhões, sendo que 47% desse valor será destinado à expansão e melhoria de capacidade das rodovias, seguindo às orientações do projeto.
Já os custos operacionais devem destinar cerca de R$ 5,2 bilhões (Opex) para o investimento em serviços gerais e administrativos.
Mortes
Em contato com a Polícia Rodoviária Estadual para o Especial 35 Anos da Folha, feito ainda no mês de maio deste ano, no quilômetro exato do Trevo da Morte, aconteceram 14 acidentes graves nos últimos cinco anos, sendo que foram ceifadas três vidas na hora e mais 14 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para o hospital. A estatística considerou o período de janeiro de 2018 até 25 de março de 2023, sendo registrados somente os ocorridos no km 19 da PR-423, não sendo contabilizadas as evoluções dos feridos.