Sexta-feira às 01 de Novembro de 2024 às 02:23:47
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Último conjunto habitacional de Campo Largo reuniu investimentos municipais, estaduais e federais

416 famílias vivem hoje nos condomínios Saad, em empreendimento que gerou desafios ao poder público municipal 

Último conjunto habitacional de Campo Largo reuniu investimentos municipais, estaduais e federais

Há aproximadamente três anos, 416 famílias recebiam, das mãos do governador Carlos Massa Ratinho Junior, as chaves da casa própria, nos conjuntos de apartamentos Campo Largo I e II, localizados no Saad. Para a grande obra foram investidos mais de R$ 34 milhões do poder público, com participação municipal, estadual e federal.

 

A Folha conversou com Juarez Carvalho, diretor de Habitação e Regularização Fundiária do município, que relembrou que era um sonho antigo do ex-prefeito Marcelo Puppi (in memorian) a construção de casas populares em Campo Largo para levar moradia digna aos cidadãos. Até então, o último empreendimento social voltado para moradias populares tinha sido realizado no bairro Partênope, ainda na década de 1990.

“Quando entramos na administração em 2017, não tínhamos nenhum plano habitacional, mas havia uma grande carência de habitação na cidade, o que ainda existe. Tivemos inúmeros órgãos envolvidos neste projeto, que tirou pessoas de situações insalubres, muitas viviam em áreas de risco, para dar a elas uma moradia digna. Ainda temos essa carência. O mais viável e dentro de uma realidade possível para o município era a construção de prédios e condomínios.”

Juarez comenta ainda que no Campo Largo I vivem as famílias realocadas de algumas regiões da cidade, enquanto o Campo Largo II são pessoas que estavam na fila de espera por um imóvel – definido mediante sorteio. “Lembro-me que estávamos na eminência da transposição da BR-277 e precisávamos realocar aquelas famílias que viviam na Vila Tripa, além das famílias da área ambiental da região do Jardim Itália, no Razera, então precisávamos realocá-las. E a outra parte era suprir uma lista enorme de pessoas que precisavam de uma moradia, mas não tinham como adquiri-las por meios próprios”, diz.

De acordo com informações divulgadas à época, o Governo do Estado deu assessoramento técnico da Cohapar, com participação ativa na viabilização da documentação necessária para contratação do empreendimento junto ao Governo Federal. Além da entrega dos apartamentos, o governo também realizou obras de recape e pavimentação asfáltica próximo do condomínio.

Conforme divulgação feita na época, os apartamentos foram destinados a pessoas com renda familiar mensal de até R$ 1,8 mil, que pagavam aluguel ou viviam em condição irregular na cidade.  “Esses apartamentos vão para famílias que passaram por um processo rigoroso de seleção. Aqui vão morar pessoas com deficiência, mulheres que criam sozinhas seus filhos e pessoas que muitas vezes moravam em casebres, em terrenos sem quaisquer condições de se viver”, disse o prefeito Marcelo Puppi à época.

Até bater o martelo...

Foram muitas reuniões até conseguir trazer o recurso para Campo Largo, inclusive com algumas situações desafiadoras. Juarez relembra que ao conversar com o Ministério das Cidades, foi concedido um prazo de 30 dias para contratar o projeto ou então perderia os recursos. Todo o processo de contratação de projetos foi realizado com êxito, o que permitiu a vinda destes recursos para a cidade.

 “O recurso era único e muitos deputados queriam fatiá-lo para enviar para mais cidades. Foi uma grande briga para trazê-lo integralmente para Campo Largo. O Marcelo confiou em sua equipe, então tramitamos o processo de parcerias, agilizamos e conseguimos o recurso. Foram apresentadas algumas áreas para a construção, mas tínhamos que seguir uma série de regras, como zoneamento compatível, não poderia ser uma área ambiental, entre outras demandas que fomos vencendo. Era uma área particular, que estava livre, já era para ter sido uma área de loteamento antigamente, de uma família tradicional. Conseguimos fazer a compra da área e levamos para lá este projeto. Foi um momento certo e oportuno, como dizia o Marcelo, ‘dentro dos desígnios de Deus’”, completa.

Com os subsídios do poder público, que incluíram aportes financeiros da União com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e contrapartidas estaduais e municipais, os beneficiários pagam prestações que vão no máximo até R$ 270 ao mês por 10 anos de financiamento, conforme divulgação. Os valores pagos pelos proprietários representam apenas 10% do custo do imóvel.

Cada apartamento tem 43 metros quadrados, com dois quartos, banheiro, sala, cozinha e lavanderia. As unidades térreas de cada bloco foram destinadas a pessoas com dificuldades de locomoção, idosos ou pessoas com deficiência.