O sol e o céu azul deram um toque ainda mais especial aos belos tapetes confeccionamos pelos fiéis nesta quinta-feira (08), dia de celebrar o Corpus Christi.
A Folha acompanhou as celebrações realizadas pela Paróquia Nossa Senhora da Piedade, no Centro de Campo Largo. Centenas de fiéis estiveram presentes no Centro de Eventos Papa João Paulo II, cantando louvores a Deus, já no início da celebração, e unindo-se em orações.
A missa foi conduzida pelo padre Chiquito, que já no início, às 9h, destacou que o Corpus Christi é uma festa para Jesus Cristo, quando todos devem oferecer o melhor que têm para Ele. Também agradeceu a toda comunidade pela preparação dos tapetes, que foram feitos “com muito carinho, dedicação e afinco pelos fiéis”.
Ele ressaltou ainda que essa era a primeira vez que a missa foi rezada no Centro de Eventos. “Acordamos cedo, não estava tão frio e a noite estava bonita. As pastorais já se preparavam há alguns dias preparando os elementos que compunham os tapetes. Me envolvi pouco este ano porque acredito muito no potencial de vocês. O tapete não é para o padre, para a igreja, mas para Jesus. O que fica hoje é que este é um ato de fé. Eu creio Senhor, que Tu És presença real na Eucaristia. Converse com Jesus. A beleza do tapete termina daqui algumas horas, mas a beleza real deve ficar em nosso coração. Hoje é dia de nos encontrarmos com o Senhor”, declarou.
Durante a homilia, o padre falou sobre a importância da comunidade em se manter unida e também se envolver nos eventos e dias santos da Igreja, principalmente por parte de crianças, adolescentes e jovens, para que no futuro eles também estejam comprometidos nas celebrações e confecções de tapetes no Corpus Christi.
“Não estou cobrando, mas estou falando sobre o sentido da memória. Pode ser que no futuro, nós também sejamos impedidos de celebrar e realizar procissões, mas por pouca fé e pelo esquecimento. Devemos nos perguntar o que essa liturgia ensina hoje para mim, para meus filhos e para as gerações, para fortalecimento da nossa fé. Cristo criou um memorial na Santa Ceia e disse para fazermos sempre em memória dEle. Cristo está todos os dias conosco, até a consumação dos séculos, no pão e no vinho, no corpo e no sangue. Devemos caminhar com Jesus até o fim, e este fim já sabemos onde vai dar, porque caminhar com Ele não é fácil, fácil é o que o mundo oferece lá fora. Devemos nos preocupar com este memorial que está se apagando. Devemos, todos nós, amar, crer, adorar e esperar no Senhor, por nós e por aquelas pessoas que não estão aqui. Se não mantermos o memorial, um dia, tudo isso acabará. Que Deus abençoe nosso dia”, acrescentou.
Dedicação
A Folha conversou com Caroline Bertão, coordenadora da Catequese na Paróquia e que há alguns anos se dedica a este trabalho, que contou que o planejamento inicia já após a Páscoa, ainda no mês de abril. “Primeiro os padres conversam sobre a possibilidade das paróquias realizarem as celebrações juntas ou de maneira individual. Neste ano, foi realizado de maneira individual, então cada paróquia definiu como seria feita a celebração de Corpus Christi. Na Piedade, nós nos reunimos em grupos e definimos os trajetos por onde a procissão passaria e os desenhos que seriam feitos por cada grupo.”
Os desenhos são alusivos ao Corpus Christi e também podem ter relação com o grupo que está confeccionando. São usados materiais como serragem colorida, pedrinhas e muitos outros. Não são utilizados alimentos para não ter desperdício, somente cascas de ovos ou pó de café usado.
Os tapetes foram confeccionados em um trecho saindo do Centro de Eventos pela Centenário, virando na Rua Dom Pedro II e depois novamente da Rua Marechal Deodoro, terminando na Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade, onde encerrou a procissão e foi feita a bênção do Santíssimo. Neste trecho foram preparadas também rosáceas e altares para os momentos de Adoração ao Saníssimo Sacramento.
“Para os católicos este é o momento em que Jesus Sacramentado sai pelas ruas da cidade. Ele é o nosso Rei e por isso precisa passar por um local lindo, preparado com muito carinho, amor e fé. É um momento de nos conectarmos em comunidade também, porque muita gente se reúne, toma chimarrão ou café, conversa, canta, faz suas rezas. É um momento muito especial para todos que participam, desde as crianças, que já vão crescendo com essa ligação forte, como também os adultos e idosos”, descreve.
Em geral, a montagem do tapete inicia às 05h da manhã e se estende até às 07h. Fazem parte do grupo cerca de 15 até 40 pessoas, dependendo do trecho confeccionado.