A alegria do povo italiano é marcante na Colônia Campina.
A alegria do povo italiano é marcante na Colônia Campina. Casas cheias de familiares e muita fartura, mas não por serem de classes altas, mas por serem muito trabalhadores, de acordarem cedo para a lavoura e de levar a vida de forma honesta. Um legado muito presente nesta região e que deixou bons frutos para as próximas gerações.
Um exemplo é da família de Ivo Fior, que aos 84 anos recebeu a equipe da Folha para conversar um pouco e contar sobre os tempos de infância. “Meu avô e meu pai se criaram aqui já faz tempo e foi naquela época que vieram vários da Itália, para Campo Largo, aqui, na Rondinha, também Santa Felicidade. A nossa família veio para Campo Largo. O governo deu um alqueire de terreno para cada proprietário para ir se mantendo. Depois começaram a lavoura, a nossa estrada aqui não existia nada.
Quando vieram, vieram um na frente com um facão, abrindo um caminhozinho no meio do mato, por isso aqui é tudo cheia de curvas assim”, detalha ele sobre o que soube do que aconteceu há mais de 120 anos, época em que também foi construído um paiol de madeira que existe até hoje, que por muitas décadas foi a residência da sua família e onde nasceram as crianças da família antigamente.
Sobre os gostos italiano, orgulha-se ao contar que são grandes apreciadores de vinho, polenta, salgado, salame, ovos. Sua família plantava milho, feijão, tempos depois também batata e cebola. Conta que seu avô tinha que ser bravo e firme pra falar, porque eram muitos filhos, cerca de 14. Mesmo com família grande, diz que agora são poucos italianos na região, que já se misturaram com poloneses e outras descendências.
Segundo ele, “Campina é um lugar bom, não tem nada de incômodo. A gente se criou aqui. A gente sai em outros lugares, mas eu não me acostumo”. Ele lembra com saudade da falecida esposa, bastante conhecida na região, a professora Dona Emília. “Ela sofreu muito naquela época. Aquela professora que tinha que cuidar do primeiro, segundo, terceiro e quarto ano, uma só. Então imagina gente daqui, de Araucária que é aqui pertinho, do Botiatuva”, explica.
“Eu gosto de tudo, me criei no serviço. Se me der um trator e me mandar na roça fazer alguma coisa eu faço, mas agora não querem me deixar”, conclui Seu Ivo Fior.