Prefeitura enfatiza que execução da obra está dentro do prazo, mas que cronograma atrasou visto as chuvas no início do ano e estudos necessários para garantir durabilidade e resistência do asfalto
A obra do Binário Ema Taner segue gerando reclamações por parte dos moradores, que sentem reflexos na saúde, em virtude da poeira principalmente, e comerciantes da região, custando a estes o baixo movimento em seus negócios, visto a dificuldade em trafegar pelo local.
Suelen Massoqueto, diretora do Departamento de Engenharia da Prefeitura Municipal de Campo Largo, explica que essa obra foi dividida em dois lotes, sendo que o primeiro a começar a ser executado é o Lote 02, que compreende o binário nas Ruas Ema Taner de Andrade, Bernardo Fedalto e João Drugik (Maria Bertoja Rivabem); Reubanização da Rua Luiz Fedalto, marginal esquerda e intersecção com Avenida Prefeito Marcelo Puppi (antiga Br-277). Neste trecho a porcentagem executada da obra está em 37,65%, cuja empresa responsável pela sua execução é O Betacem Construções e Empreendimentos Ltda, com valor de contrato na casa de R$ 8.448.689,92 e com ordem de serviço datada no dia 13 de junho de 2022 e prazo de execução de 360 dias.
“Primeiramente foi realizada nesta obra a drenagem, que é feita de maneira contínua. Realizamos toda a escavação de todas as ruas, retirado o asfalto existente de um lado da Ema Taner, visando a drenagem. Neste período inicial tivemos muita chuva, o que acabou atrasando muito o cronograma da obra, visto que o solo deve estar estável para essa etapa. Quando chove um dia é preciso esperar dois dias para mexer novamente. Foi algo fora do nosso controle.”
Entretanto, o Lote 01, Suelen explica que na Engenheiro Tourinho, por exemplo, foi feito em uma época com menor incidência de chuvas, o que faz com que as obras estejam em níveis próximos, mesmo que a obra tenha iniciado depois.
Importante ressaltar que o Lote 01 compreende a reurbanização das Ruas Engenheiro Tourinho e Desembargador Clotário Portugal; marginal direita e intersecção com Av. Prefeito Marcelo Puppi (antiga Br-277). A porcentagem executada foi de 11.86%, cuja empresa contratada é a Venturi e Zen Ltda e tem o valor do contrato de R$ 7.472.116,60, com ordem de serviço de 10 de outubro de 2022 e também com prazo de execução de 360 dias.
Vale ressaltar que as empresas recebem conforme andamento da obra, o que está sendo executado, está sendo pago.
Por que o cronograma está atrasado?
Questionada sobre o que está sendo feito na obra no momento, Suelen explica que as empresas estão realizando agora trabalhos ligados a meio fio, calçadas e guias rebaixadas, ligadas ao passeio. “Já foi feita a sub-base do acabamento e apesar da obra estar caminhando, a parte do asfaltamento está um pouco atrasada, porque quando foi desenvolvido o projeto foi colocado que usaríamos como base o solo-cimento, que é uma maneira diferente de fazer os acabamentos, visando uma resistência superior a 30 anos. Então a empresa precisa realizar análises do solo, de porcentagem de cimento, devem seguir as normas, realizar estudos e enviar para o laboratório”, ressalta.
Ela segue explicando que os ensaios que estão sendo feitos são para análise do solo e definição das quantificações dos materiais a serem utilizados. Através desse documento a empresa irá desenvolver os projetos de dosagem da base da via, que serão analisados pelo projetista da obra.
O problema do pó se deve especialmente a essa fase, que enfrenta um período de menos chuvas. “Já solicitamos para as empresas, embora não esteja previsto em contrato, que molhem a via para amenizar. Eles deveriam estar fazendo a base, mas por conta destes atrasos de estudo e troca de usina acabou atrasando o cronograma. Nós, enquanto prefeitura e órgão fiscalizador, estamos exigindo muito das empresas, principalmente para garantir que seja feito um bom serviço”, pontua.
Não há como prever quando essa fase de estudos será terminada, visto que depende muito do laboratório. “As duas empresas já foram notificadas destes atrasos e estão sendo cobradas destes projetos que precisam ser apresentados, deixando cientes do atraso no cronograma. Quando eles começarem a executar essa base de solo-cimento a obra dará um grande salto e então será realizado o asfaltamento”, frisa.
Suelen diz ainda que há previsão legal para que as empresas solicitem um aditivo de contrato, o que deve acontecer somente após extrapolado o prazo de entrega previsto, que é julho de 2023.
Mudanças foram necessárias
Algumas alterações foram necessárias ao longo do projeto. A diretora cita algumas alças de acesso, o que está sendo analisado e deve ser realizado o pedido em aditivos para a empresa, visando a fluidez do trânsito.
Relembrando a obra
Suelen explica que este é um projeto que vem sendo estudado há alguns anos pela Prefeitura de Campo Largo, mais precisamente desde 2018. A obra foi anunciada pelo prefeito Maurício Rivabem em agosto de 2021, durante evento da Lide Paraná, em Curitiba. Nesta data, o prefeito destacou que a obra traria muito desenvolvimento para a região, que enfrentava problemas de gargalos de trânsito em horários de pico. À época, o orçamento inicial era de R$ 16 milhões.
Foi necessário esperar pela municipalização da antiga BR-277, que se tornou Avenida Marcelo Puppi, entregue aos campo-larguenses ainda no início de julho de 2022, dias antes do início da obra.
Após licitação feita pelo município, com supervisão do Paranacidade, a obra foi iniciada em julho de 2022, no trecho que compreende o Lote 02 e em outubro de 2022 no trecho referente ao Lote 01.
Em algumas oportunidades, o prefeito já havia destacado o interesse em realizar obras que compreendam mais dois trechos com gargalo de trânsito na Avenida Marcelo Puppi, que seriam principalmente as regiões do Supermercado Pangracio e próximo à Móveis Campo Largo. Estes estudos estão em andamento, conforme indica Suelen, mas a equipe está considerando um estudo feito em todo o prolongamento da avenida, desde o Itaqui até a Rondinha, a fim de formar neste local um parque linear e levar mais desenvolvimento para a região.