Mercado, luz, água, internet, escola, farmácia, roupas, aluguel, plano de saúde.
Mercado, luz, água, internet, escola, farmácia, roupas, aluguel, plano de saúde. Esses são alguns dos motivos pelos quais as pessoas entram em dívidas, mas algo que é para ajudar a vida das pessoas pode acabar prejudicando a saúde mental e a vida psicológica. Segundo uma pesquisa realizada pelo Serasa, no qual ouviu 5.200 pessoas, concluiu que 83% das pessoas que estão endividadas sofrem insônia por conta das dívidas e 78% são acometidos por pensamentos negativos.
A psicóloga e palestrante Jacinta Souza Sabim (CRP-08/36764) fala: “O problema financeiro pode impactar negativamente a saúde mental das pessoas. Em geral, problemas já são sinônimo de preocupação. Problemas financeiros, então, é preocupação ao extremo. É muito comum quando um indivíduo está vivenciando esta situação não conseguir ver saída. Isso ocorre porque o cérebro ansioso vai construindo o pior cenário possível, criando um ciclo de negatividade, corroborando para o aumento do nível de estresse. Assim, aumentando a propensão para alguns distúrbios relacionados à ansiedade e depressão”.
Durante a pesquisa realizada pelo Serasa, vários profissionais estudaram sobre o assunto e classificaram o cenário como “preocupante”, já que a situação de inadimplência “estimula problemas emocionais” e prejudica “relações pessoais e familiares”.
Um fator que influencia totalmente nessa situação é qualidade de vida que cai ao ter um endividamento. Uma pessoa que não quis se identificar contou: “Eu estou com uma dívida no banco há mais de 05 anos no banco. Eu não consigo renegociar, pois a entrada que solicitam é sempre maior da que posso arcar. Isso tira minha paz, não consigo planejar um momento de lazer, uma viagem, pois estou sempre pensando em como conseguir mais dinheiro para quitar essa dívida”.
Jacinta fala dos efeitos que as dívidas podem ter para a saúde mental: “Os mais comuns são irritabilidade, tristeza, mau humor e dificuldade de concentração, esses são os sintomas primórdios”.
A pessoa que não quis se identificar contou da sua situação: “No começo ficava muito triste, me sentia fracassada por ter falhado tanto. Com o tempo comecei a tentar por a cabeça no lugar, sei que com o tempo vou conseguir quitar a minha dívida”.
Jacinta fala que é importante as pessoas próximas à pessoa devem ficar atentas aos sinais que esse endividamento está causando e prejudicando a saúde mental: “Geralmente a pessoa emite um comportamento muito presente de apatia, sinais de desesperança, ela tem autoestima baixa, fala frases preocupantes, além disso, o comportamento ambivalente uma instabilidade do humor”.
“Seja uma rede de apoio para que a pessoa possa compartilhar o problema com você, oriente a buscar a ajuda adequada de um psicólogo ou psiquiatras. Além disso, auxilie a criar um planejamento financeiro, complementa e conclui a profissional”.