Acontece na Sexta-Feira Santa, próxima semana, dia 07, a tradicional encenação da história da vida, morte e ressurreição de Cristo.
Acontece na Sexta-Feira Santa, próxima semana, dia 07, a tradicional encenação da história da vida, morte e ressurreição de Cristo. O evento acontecerá na arquibancada natural do Parque Newton Puppi, terá entrada gratuita mediante doação de 1kg de alimento não perecível, às 19h30. O evento é uma parceria da Prefeitura de Campo Largo com a Associação Evangélica de Campo Largo e irá reunir mais de 100 pessoas, entre elenco e equipe organizadora, em 1h15 de espetáculo.
Uma grande novidade para este ano são os voluntários que estarão espalhados pela plateia, para aqueles que queiram receber orações e precisem de algum acolhimento espiritual, os quais estarão de colete laranjado. Haverá tendas de oração também. “Nossa intenção é sempre levar as pessoas a conhecerem Jesus, a lerem a Bíblia e serem pessoas de oração. Tem sido uma bênção participar deste evento, que é feito há tantos anos e que fomos convidados pela Prefeitura para fazer, juntando todo mundo para um propósito só. Cada personagem é emocionante, há situações em que a pessoa atravessa problemas parecidos com os personagens que elas vão interpretar, e Deus fala muito ao coração dela”, declara a diretora-geral do espetáculo Claudinéia Bizzeto.
Em 2023 foram necessárias algumas mudanças, tirando algumas cenas, também para reduzir o tempo de ensaio e deixar o espetáculo um pouco mais curto, e também serão quatro apresentações de danças.
A parte de apresentação de danças tem apresentado grandes desafios, por serem pessoas novas participando, mas muito recompensantes, conforme pontua Carmen, coordenadora das coreografias e da equipe de dança. “É muito gratificante ver essa unidade do grupo. Sempre marca a gente, tanto pela história, como pela estreia e as novidades. As músicas escolhidas pela equipe foram bem pensadas, mas o início, quando toca a música Dono do Mundo, há uma sensação diferente, ela realmente abre a apresentação, e me marca muito o viver, a conexão com Deus e sentir que todos estão em oração, algo muito além do ensaio, mas do Espírito Santo”, ressalta.
Espetáculo 2022
Em 2022 foram aproximadamente cinco mil espectadores que compareceram ao Parque Newton Puppi, o que resultou em mais de uma tonelada de alimentos arrecadados, doados às famílias carentes.
Ainda no ano passado, o grupo conseguiu uma verba advinda da Lei Aldir Blanc, no valor de 10 mil reais, que foram investidos principalmente na compra de tecidos para fazer as roupas dos atores e da equipe de dança, por exemplo. Por muitos anos, o grupo precisou usar tecidos como TNT ou lençóis para fazer o figurino, visto que demanda alto investimento. Em 2023, a maioria destas roupas, costuradas pela própria equipe, serão utilizadas novamente.
Testemunhos e desafios
A organização do evento comenta que ao longo dos anos foi possível perceber e ver muitos testemunhos. Citam o exemplo de uma mulher, que tinha muitos problemas com hemorragias, e acabou sendo escolhida – de maneira não intencional – para interpretar a mulher com fluxo de sangue, que toca Jesus e é curada (Mateus 5:24-34). “Ela era uma pessoa que se derramava aos pés de Jesus e que Deus falou muito ao coração dela e ela passou a acreditar ainda mais na cura”, relembram.
Mateus, que interpretará Satanás, também fala da necessidade de estar muito bem espiritualmente para este desafio. “Eu brinco que não sei se eu evolui ou regredi em meus personagens (risos), pois, quando eu era criança, pois fiz personagens de criança, mensageiro, apóstolo e agora Satanás. Dá aquele friozinho na barriga, porque é um dos personagens principais, mas eu sinto que tenho que estar alinhado à Palavra, para não ser alvo do inimigo. Ele pode usar a gente para fazer algo que não está no papel, então é muita oração e estudo da Bíblia, encenando. O público se espanta, tanto na parte das tentações, como também na condenação e crucificação, visto que eu atuo também como um dos sacerdotes, que impulsiona a multidão a condenar Jesus. São dos papéis difíceis, pesados e que desperta a ira”, declara.
Cleberson vive um dos soldados que flagela Jesus e comenta que é bastante desafiador. “A reação do público, lembro que eu, vestido de soldado, as pessoas ficavam com um misto de medo, receio e raiva, e percebo que se nós vivermos os personagens, batendo mesmo, as pessoas conseguem ver um pouquinho do que Jesus passou, o que sensibiliza as pessoas”, ressalta.
Tarso faz João Batista, com a cena do batismo de Jesus e também o general dos soldados. “Viver esses personagens impacta na maneira de viver um pouco do contexto que está na Palavra de Deus e assimilando, proporcionando crescimento espiritual.”
“Todos os anos, a história mexe com a gente, não nos acostumamos com ela. Os personagens continuam os mesmos, mas as pessoas são outras, a fase da vida é diferente e fala ao nosso coração. Na quinta-feira antes da apresentação nós ensaiamos a encenação e no momento do flagelo, há aquele choque. Eu literalmente já vi pessoas ficarem em choque ao presenciarem a cena. Todo ano é uma renovação da fé. Só conseguimos fazer essa apresentação hoje, porque pessoas se sacrificaram para levar a Verdade sobre Cristo a todo o mundo”, finaliza Rosiane.
Errata: Na versão impressa e em divulgação on-line feita anteriormente pela Folha, trazia a informação que o espetáculo contou com verba da Lei Rouanet, quando na verdade era Lei Aldir Blanc. Pelo erro, pedimos desculpas. Atualizado em 07 de abril de 2023, às 12h.