O primeiro passo é verificar o estado geral de equipamentos, buscando perceber se estão em bom estado, limpos e apresentam algum tipo de desgaste
Final de verão, feriado prolongado pode significar a intenção de uma prática de esportes mais radicais para quem gosta de sentir a adrenalina correndo no corpo. Bungee jump, rapel, tirolesa e muitos outros são um dos mais procurados e são bastante válidos, desde que se tenha atenção aos equipamentos e profissionais que estão prestando este serviço.
A Folha conversou com o Tenente Guilherme Tosato, do 7º GB Corpo de Bombeiros de Campo Largo, que fez alertas importantes para que todos possam aproveitar o dia de aventuras com mais segurança e alegria. “Hoje não existe um cadastro de profissionais ou um conselho regulador para fiscalizar estes profissionais e empresas. Em geral, há muitos estabelecimentos que acabam oferecendo serviços como estes, sejam pousadas, parques municipais, chácaras, restaurantes, então o primeiro passo é verificar a seriedade da mesma. Caso a pessoa opte por contratar alguém que preste este serviço, é imprescindível verificar a experiência dos profissionais que estarão exercendo a atividade no dia.”
O tenente diz que o primeiro passo é verificar o estado geral de equipamentos, buscando perceber se estão em bom estado, limpos e apresentam algum tipo de desgaste. Itens como cadeirinhas, cordas, cabos, mosquetões, parafusos, óculos e roldanas precisam ser inspecionados também antes do uso. É preferível que dê atenção também às roupas usadas para a prática, preferindo camisetas de mangas compridas e calças – em um caso de rapel, evitando escoriações, por exemplo.
“A forma que os equipamentos são colocados também é essencial, pois ele deve ser colocado da maneira certa na pessoa, ajustado conforme seu tamanho e idade. Em caso de pessoas com baixa mobilidade, crianças ou idosos, pessoas com problemas cardíacos e neurológicos ou mulheres grávidas, o ideal é que não sejam submetidas a atividades com alta intensidade e dificuldade”, recomenda.
Para tirolesas, por exemplo, buscar um local que não seja tão alta, extensa e íngreme, e permitir que crianças participem a partir da idade em que tenham consciência corporal para proteger a cabeça, permanecer com o corpo firme e tenha mais atenção aos cuidados básicos.
O que fazer em caso de acidente?
A queda de nível elevado é sempre o fator mais preocupante, por isso, o primeiro ato é ligar para o 193 do Corpo de Bombeiros, passando dados precisos de endereço, sobre a vítima, lesões aparentes, descrever o que aconteceu e seguir as orientações dadas pelo médico que irá atender a ligação. Caso a vítima esteja acordada, pedir para que permaneça imóvel e acalmá-la.
“Se a vítima estiver pendurada, também deve ser acionado o Corpo de Bombeiros, mas não se deve tentar acessar essa pessoa, pois as chances de acabar causando acidente ainda mais grave são grandes, então envolvendo duas vítimas. Este tipo de resgate é arriscado e é feito por profissionais do Corpo de Bombeiros altamente preparados e com equipamentos adequados para resgate. Em geral, equipamentos esportivos visam atender uma só pessoa, diferente do que dispomos para estes casos, por exemplo”, diz.
Em casos de queda em água, o ideal é que seja jogado para a pessoa algum material flutuante, como boias, coletes, garrafas pets e outros, para que ela possa emergir. Jamais deve-se entrar na água com intenção de ajudar alguém, pois também há riscos de acidentes.