27-09-2010
Correr melhora a vida sexual. Pode acreditar. Quase tão automático quanto andar, a corrida aumenta a liberação de betaendorfina, o principal neurotransmissor responsável pela sensação
27-09-2010
Correr melhora a vida sexual. Pode acreditar. Quase tão automático quanto andar, a corrida aumenta a liberação de betaendorfina, o principal neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar.
Só isso já seria de grande ajuda para aumentar a libido debaixo das cobertas. Boas "pernadas" por aí também garante um bom preparo físico para não cansar na hora H.
Isso porque a atividade física auxilia o sistema cardiovascular, à medida que melhora a eficiência do coração, a capacidade pulmonar de absorver mais oxigênio e facilita o transporte de hormônios pelo organismo.
Melhor condicionado, o coração bombeia mais sangue com menos esforço, favorecendo o desempenho sexual. Afinal, o cansaço (no homem), como se sabe, pode desinflar a ereção.
Outro ponto que deve ser abordado é o da autoestima. Com a prática esportiva regular, o corpo fica mais torneado e atraente. Isso nos deixa mais confiantes e, naturalmente, o resultado será uma libido mais aguçada.
"A corrida promove a melhora no condicionamento físico que, de uma maneira geral, é benéfico no momento do sexo", diz a educadora física Fernanda Bredariol Velhote, especialista em fisiologia do exercício.
Feliz da vida
A explicação é simples: quem corre está mais apto a suportar cargas físicas no ato sexual. Anote essa também: correr é um ótimo estimulante para a liberação de adrenalina, noradrenalina e do hormônio do crescimento (GH). Isso faz que o corpo relaxe e contribui para uma boa noite de sono, o que auxilia a recuperação muscular e metabólica como um todo.
Quase como um efeito dominó, a prática esportiva reduz a ansiedade. Com ela, começamos a nos sentir capazes de superar pequenos desafios. Ficamos mais atentos ao corpo e, como consequência, isso aumenta nossa satisfação pessoal.
"Quando nos sentimos mais atraentes, aumentamos a probabilidade de fazer sexo", analisa a psicóloga clínica e esportiva Carla Di Pierro, especialista em psicologia do esporte.
É bom lembrar que o ato é parte da necessidade básica de qualquer ser humano. Mas, como tudo na vida, é preciso evitar os exageros. No sexo ou na corrida, o excesso pode, sim, gerar muito cansaço e acabar causando o efeito contrário. Atletas amadores ou profissionais têm o risco de sofrer com a síndrome do overtraining, identificada quando existe exaustão física e emocional.
"Corredores que exagerarem nos treinos e tiverem déficits na recuperação e alimentação podem ter sua libido diminuída", alerta a especialista. Somado ao estresse, a pessoa pode comprometer tanto seu desempenho físico quanto seu interesse sexual.
No sexo, movimentos e posições amplos, bruscos, rápidos e duradouros podem ocasionar câimbras, contraturas musculares e estiramentos. No entanto, se realizado de forma mais passiva, a dica é: pratique, pois ele auxilia na diminuição da tensão e da ansiedade, facilitando o sono.
Equilíbrio
Embora seja natural, endorfina em demasia também pode causar alguns efeitos negativos. Para a psicóloga Vanessa Cabral, isso pode acontecer com pessoas com mais predisposição para atividade sexual que a maior parte da população.
Ela explica que, como a sexualidade é energia, a pessoa pode canalizá-la totalmente na atividade física, tendo, por um lado, a recompensa do prazer provocado pela endorfina, porém, por outro, o isolamento.
Um adulto na faixa dos 40/45 anos de idade, por exemplo, considera sua sexualidade elevada caso sinta a necessidade de praticar sexo todos os dias, o que seria esperado de um jovem de 20 anos.
"Canalizar essa necessidade só no esporte ou só no trabalho faz a pessoa ficar mais individualista, irritada e anti-social, pois começa a achar que um ou outro bastam", alerta a especialista.
O educador físico Rodrigo Espanhol, especialista em biomecânica, reeducação postural e treinamento, explica que a melhor forma de tratar o problema é buscar o equilíbrio entre o emocional e o físico. Correr de 2 a 4 vezes por semana, de 30 minutos a 1 hora cada, pode contribuir para esse reequilíbrio.
No entanto, o especialista alerta que não adianta sair por aí pensando nos problemas que precisa resolver ou coisas para fazer. "A pessoa deve se desligar do mundo, prestar atenção na forma em que está praticando a atividade e usar os alongamentos antes e depois da corrida, como quase um processo de meditação", aconselha.
Benefícios da corrida
* Massa óssea: o impacto causado pela corrida induz a mineralização dos ossos, fortalecendo-os.
* Capacidade respiratória: quando corremos, inspiramos e expiramos de forma mais intensa, exigindo mais dos pulmões. A maior capacidade pulmonar reduz o trabalho do coração na realização de um esforço físico.
* Coração: exercícios aeróbicos (como a corrida) favorecem o aumento da elasticidade e do poder de contração das artérias. Mais forte, o coração é capaz de bombear mais sangue com menos batimentos cardíacos.
* Colesterol ruim: a prática de exercício físico trabalha contra a formação do LDL e aumenta os níveis do colesterol bom, o HDL, reduzindo a probabilidade de problemas coronários.
* Músculo: amplia o grau de firmeza dos tecidos musculares, que se revelam com mais vigor e energia, contribuindo tanto para a aparência física quanto para a resistência e força.
* Sono: em decorrência da liberação da endorfina, a sensação de bem-estar e relaxamento aumenta. O sono acaba sendo mais tranquilo e reparador.
* Autoestima: a liberação de hormônios do bem-estar e os resultados físicos fazem que a pessoa se sinta viva, bem com ela mesma, cheia de energia e segura.
Fonte: Revista Vida Natural