24-09-2010

Mais de 10% da população tem dependência de álcool e de 20 a 30%, de tabaco, mas a droga que está causando mais estrago na sociedade é o Crack. São muitas as vítimas da droga que não conseguem parar de consumí-la. A dependência não tem cura, mas com um tratamento eficaz, com acompanhamento profissional e apoio da família, é possível controlar.

Barato e de fácil acesso, o Crack vicia com muita rapidez e leva o dependente a uma compulsão insuportável, ao ponto dele vender tudo o que tem em casa, para comprar a droga. O médico Psiquiatra Alessandro Rodrigo Mendes Marques (34), da Clínica Resnauer, explica que o tratamento é longo, mas no final o paciente terá reforçados os mecanismos mentais saudáveis, de enfrentamento da compulsão.

Tratamento

Apesar da dependência não ter cura, o médico explica que há tratamento para controlar. "Basicamente existem duas formas de tratamento, a Farmacoterapia (com medicamentos que ajudam o paciente a combater a compulsão), e a Psicoterapia, através da qual são reforçados nos pacientes, os mecanismos mentais sadios de enfrentamento da compulsão e o entendimento dos "gatilhos" ambientais que dão início à compulsão.

Alessadro explica que o tratamento leva alguns meses, e que a família também precisa ser tratada e orientada, para contribuir com o tratamento e também para diminuir a culpa que a família sente pelo filho usar a droga.

O médico lembra que no caso do álcool, que é considerada uma droga legal, as pessoas costumam beber socialmente, mas ninguém sabe quem vai desenvolver a compulsão. "Mas é uma droga muito prejudicial á saúde", garante. Para ele, o paciente deve procurar tratamento médico o quanto antes. "O uso abusivo de uma substância é o sinal de alerta. Quando esse uso traz consequências danosas, por exemplo: beber no domingo e não conseguir ir ao trabalho na segunda-feira, é sinal de que a pessoa desenvolveu dependência. Se isso começa a ocorrer a pessoa necessita de tratamento", disse ele.

Jogos

Outros casos de dependência também devem merecer a atenção da sociedade. O médico alerta para os casos de dependência de jogos, Internet, Sexo, Cleptomania (mania de furtar objetos) e outros. "Todos esses casos têm uma base neurológica idêntica à da dependência química e também deve ser tratado por Psiquiatra", disse o médico.

Formando em Psiquiatria e atualmente fazendo Mestrado em Transtornos do Humor, pela UFPR - Universidade Federal do Paraná, Alessandro atende seus pacientes na Clínica Resnauer, na rua Oswaldo Cruz, 1870, no centro de Campo Largo. Residente em Curitiba, ele vem na clínica quatro dias por semana e já pensa em vir morar em Campo Largo, cidade que o conquistou.