Vou tratar em dois artigos consecutivos, nesta e na próxima semana, sobre a polêmica em torno da reabertura da estrada Caminho do Colono, entre Capanema e Serranópolis do Iguaçu.
Vou tratar em dois artigos consecutivos, nesta e na próxima semana, sobre a polêmica em torno da reabertura da estrada Caminho do Colono, entre Capanema e Serranópolis do Iguaçu. A ligação histórica foi fechada em 1986 e forçou a população da região a percorrer 160 quilômetros no lugar dos 17 quilômetros que cortavam o Parque Nacional do Iguaçu.
Na quinta-feira, 15, cerca de 2.500 pessoas compareceram no Parque de Exposições de Capanema, numa audiência pública realizada por uma Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa. Na sexta, 16, o tema também foi discutido no auditório da Prefeitura de Medianeira com cerca de 300 presentes. Onze deputados estaduais participaram das audiências públicas e visitas ao entorno do Parque.
Foram dois dias de atividades intensas que resgataram a luta pela reabertura da estrada dentro de uma nova concepção de uso do Caminho do Colono, ambientalmente correta e voltada para o ecoturismo. Há praticamente uma unanimidade entre os defensores da reabertura de que haja um forte controle sobre o tráfego de veículos dentro do Parque Nacional do Iguaçu.
Devem ser proibidos veículos pesados, como ônibus e caminhões, impondo limites de velocidade e utilizando todos os recursos possíveis para a travessia segura de animais. O uso de tecnologia e de videomonitoramento deve ser considerado para um correto plano de manejo. Modelos de estradas parques existem no mundo todo e, no caso específico, a proteção da fauna e flora é fundamental.
Os moradores da região, principalmente do Sudoeste, precisam ter a opção de encurtar o caminho para o outro lado do Parque, viabilizando ao mesmo tempo atividades ecoturísticas e práticas conservacionistas. A empresa Macuco recebeu, no início do ano, autorização do ICMBio para realizar algumas atividades ecoturísticas dentro do Parque e no seu entorno, como trilhas, visitas a ilhas e cachoeiras, passeios de barcos, hospedagem rústica, rafting e observação da fauna.
Em apenas seis meses, quase 5.000 turistas visitaram a região, incluindo dezenas de estrangeiros. O potencial para o ecoturismo é imenso e o Caminho do Colono pode agregar ainda mais valor a essas atividades, incentivando o setor hoteleiro e gastronômico nas cidades do entorno, além de servir de passagem para os moradores da região. A necessidade de atravessar o rio Iguaçu em balsas já é uma forma de controlar o fluxo de veículos dentro do Parque.
Um projeto de Lei, de autoria do ex-deputado Assis do Couto, foi aprovado recentemente na Câmara dos Deputados propondo a criação da Estrada Parque Caminho do Colono. O PL tramita agora no Senado Federal e deve ser votado em três Comissões Temáticas e somente irá a plenário ser houver solicitação de algum senador. Caso contrário, estará automaticamente aprovado.
No próximo artigo, falarei do valor histórico da estrada.
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