Como informação aos leitores para o segundo turno das eleições neste domingo (28), a reportagem da Folha divulga alguns pontos importantes do Plano de Governo dos dois candidatos à Presidência do Brasil,
Como informação aos leitores para o segundo turno das eleições neste domingo (28), a reportagem da Folha divulga alguns pontos importantes do Plano de Governo dos dois candidatos à Presidência do Brasil, Fernando Haddad e Jair Messias Bolsonaro.
Os Planos de Governo tem mais de 60 e mais de 80 páginas, respectivamente, e muitos eleitores acabam não buscando para conhecer a fundo as propostas dos candidatos que podem mudar o rumo do País. Os arquivos são disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Fernando Haddad
O Plano de Governo de Haddad inicia com a seguinte apresentação: “Lula é a ideia que inspirou este Plano de Governo e Fernando Haddad é o nome escolhido para liderar uma ampla frente democrática, capaz de tirar o Brasil dessa encruzilhada histórica. Desde o golpe de 2016, inúmeros direitos foram cassados, violados e massacrados em um período curto da história brasileira. A perseguição a Lula, que se materializou no indeferimento de sua candidatura a Presidente da República pelo Tribunal Superior Eleitoral, e os inúmeros casos de violência incentivados pelo discurso de ódio são tristes evidências da profunda crise pela qual passa a democracia em nosso país. Nesse cenário, a Coligação ‘O Povo Feliz de Novo’ (PT, PCdoB e PROS) apresenta a candidatura Fernando Haddad presidente e Manuela D’ávila vice-presidenta para defender este Plano de Governo”.
Sobre emprego e desenvolvimento, o objetivo no Plano de Haddad é “nos primeiros meses de governo implantaremos o Programa Meu Emprego de Novo, com seis medidas emergenciais e estruturais, como primeiro passo”. Ainda informam que “proporemos por todos os meios democráticos a revogação da Emenda Constitucional 95, que limita por vinte anos os investimentos e as políticas públicas capazes de gerar desenvolvimento, e da reforma trabalhista que precariza o trabalho e retira direitos históricos da classe trabalhadora. Além disso, interromperemos as privatizações e a venda do patrimônio público, essencial ao nosso projeto de Nação soberana e indutora do desenvolvimento, e tomaremos iniciativas imediatas para recuperar as riquezas do pré-sal, o sistema de partilha e a capacidade de investimento da Petrobras e demais empresas do Estado”.
O Governo Haddad quer “propor uma Reforma Tributária orientada pelos princípios da progressividade, simplicidade, eficiência e da promoção da transição ecológica”. Falam sobre Reforma Bancária, Reforma Política com Participação Popular, Reforma do Estado, desprivatizando e combatendo privilégios patrimonialistas; e Reforma do Sistema de Justiça, democratizando as estruturas do Poder Judiciário e do Ministério Público, impedindo abusos e aumentando o acesso à Justiça a todas as parcelas da população, em particular os mais pobres.
Quanto a Igualdade, o objetivo é implementar “políticas para os direitos humanos (...). Promoveremos o direito à vida, ao emprego e à cidadania LGBTI+, com prioridade para as pessoas em situação de pobreza. Serão realizados todos os esforços para que o Brasil supere a violência contra a população LGBTI+ e para que possa contar com uma lei que responsabilize os crimes de ódio, entre os quais os praticados contra as pessoas LGBTI+ – criminalização da LGBTIfobia”.
Na Educação, quer forte atuação na formação dos educadores e na gestão pedagógica da educação básica, na reformulação do ensino médio e na expansão da educação integral; concretização das metas do PNE, criação de novo padrão de financiamento.
Na Saúde, afirmam ter o compromisso de defender o SUS e continuar a luta pela implantação total do SUS, como direito social de todo o povo brasileiro e dever do Estado, que passa pelas seguintes diretrizes: aumento imediato e progressivo do financiamento da saúde; valorização dos trabalhadores da saúde; investimento no complexo econômico-industrial da saúde; articulação federativa entre municípios, Estados e União; e diálogo permanente com a sociedade civil sobre o direito à saúde.
Quanto a segurança, acreditam que “a política de controle de armas e munições deve ser aprimorada, reforçando seu rastreamento, por meio de rigorosa marcação, nos termos do estatuto do desarmamento (...) é preciso fortalecer a polícia científica e valorizar o profissional da segurança (...). A proposta na área de segurança pública deve estar vinculada a medidas de prevenção ao uso de drogas nas áreas de saúde e educação (...). O aumento da presença policial pode ser garantido com a coordenação de atribuições liderada pelo governo federal junto aos Estados e Municípios, em especial com o aumento dos quadros da Polícia Federal para que reforce o combate às organizações criminosas e as milícias(...). O governo Haddad enfrentará o grande problema do encarceramento em massa, sobretudo o da juventude negra e da periferia, diminuindo a pressão sobre o sistema carcerário”.
Jair Messias Bolsonaro
Bolsonaro inicia seu plano de Governo informando que: “As pessoas devem ter liberdade de fazer suas escolhas e viver com os frutos dessas escolhas, desde que não interfiram em aspectos essenciais da vida do próximo. Os frutos materiais dessas escolhas, quando gerados de forma honesta em uma economia de livre iniciativa, têm nome: propriedade privada! Seu celular, seu relógio, sua poupança, sua casa, sua moto, seu carro, sua terra são os frutos de seu trabalho e de suas escolhas! São sagrados e não podem ser roubados, invadidos ou expropriados! Os frutos de nossas escolhas afetivas têm nome: família! Seja ela como for, é sagrada e o Estado não deve interferir em nossas vidas. Quebrado o atual ciclo, com o Brasil livre do crime, da corrupção e de ideologias perversas, haverá estabilidade, riqueza e oportunidades para todos tentarem buscar a felicidade da forma que acharem melhor. Liberdade para as pessoas, individualmente, poderem fazer suas escolhas afetivas, políticas, econômicas ou espirituais. Nação fraterna e humana, com menos excluídos, é mais forte. Há menos espaço para populistas e suas mentiras. O Brasil precisa se libertar dos corruptos. O povo brasileiro precisa ser livre de verdade!”
Para geração de empregos e desenvolvimento do país, o Plano de Governo de Bolsonaro acredita que “as economias de mercado são historicamente o maior instrumento de geração de renda, emprego, prosperidade e inclusão social. Graças ao Liberalismo, bilhões de pessoas estão sendo salvas da miséria em todo o mundo. Mesmo assim, o Brasil nunca adotou em sua História Republicana os princípios liberais. Ideias obscuras, como o dirigismo, resultaram em inflação, recessão, desemprego e corrupção. O Liberalismo reduz a inflação, baixa os juros, eleva a confiança e os investimentos, gera crescimento, emprego e oportunidades. Nossa estratégia será adotar as mesmas ações que funcionam nos países com crescimento, emprego, baixa inflação, renda para os trabalhadores e oportunidades para todos.”
Na Saúde, Credenciamento Universal dos Médicos em que toda força de trabalho da saúde poderá ser utilizada pelo SUS e todo médico brasileiro poderá atender a qualquer plano de saúde. Prontuário Eletrônico Nacional Interligado e criação da carreira de Médico de Estado.
Na Educação, “conteúdo e método de ensino precisam ser mudados. Mais matemática, ciências e português, sem doutrinação e sexualização precoce. Além disso, a prioridade inicial precisa ser a educação básica e o ensino médio/técnico (...). Além de mudar o método de gestão, na Educação também precisamos revisar e modernizar o conteúdo. As universidades precisam gerar avanços técnicos para o Brasil”. A educação à distância deveria ser vista como um importante instrumento e não vetada de forma dogmática, conforme aponta no Plano de Governo.
Para estimular a Economia, a proposta é a “gradativa redução da carga tributária bruta brasileira paralelamente ao espaço criado por controle de gastos e programas de desburocratização e privatização descentralização e municipalização para aumentar recursos tributários na base da sociedade.” Propõe, ainda, que “a área econômica terá dois organismos principais: o Ministério da Economia e o Banco Central, este formal e politicamente independente, mas alinhado com o primeiro. O Ministério da Economia abarcará as funções hoje desempenhadas pelos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio bem como a Secretaria Executiva do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Além disso, as instituições financeiras federais estarão subordinadas ao Ministro da Economia. Acima do valor da Bolsa Família, pretendemos instituir uma renda mínima para todas as famílias brasileiras”.
Na segurança, Bolsonaro quer investir fortemente em equipamentos, tecnologia, inteligência e capacidade investigativa das forças policiais. Fala em prender e deixar preso, acabar com a progressão de penas e as saídas temporárias, reduzir a maioridade penal para 16 anos. No seu Plano estão a reformulação do Estatuto do Desarmamento para garantir o direito do cidadão à legítima defesa e reconhecimento que a vida de um policial vale muito e seu trabalho será lembrado por todos. Irá tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas no território brasileiro e irá redirecionar a política de Direitos Humanos, priorizando a defesa das vítimas da violência.