Prevenção é a palavra chave para evitar animais sinantrópicos em casa, como ratos, pombos, morcegos, escorpiões, aranhas e insetos no geral - que podem transmitir doenças.
26/04/2016
Ratos, pombos, morcegos, escorpiões, aranhas e insetos no geral são considerados pragas na região urbana, mas também contribuem para a preservação do ecossitema como um todo. Entretanto, eles podem trazer doenças graves para a população, tornando a prevenção peça fundamental para evitar o contato.
Segundo Vírginia Ramos, bióloga do departamento de Vigilância Sanitária da Prefeitura de Campo Largo, explica que animais sinantrópicos são animais que possuem um lugar na natureza, mas que se aproximam das cidades por ter o seu ecossitema invadido. “Todo animal sinantrópico se aproxima em busca de alimento, água e abrigo. Por isso, a melhor forma de mantê-los afastados é não deixar alimento de fácil acesso e manter a casa e o quintal livre de materiais inservíveis que possam servir de abrigo”, diz.
A maior preocupação do aparecimento desse tipo de animal é a transmissão de doenças e os acidentes que podem vir a acontecer. Os ratos, por exemplo, são transmissores da leptospirose, doença causada pela Leptospira que está presente na urina de animais contaminados. “Essa doença também acomete animais domésticos, que assim como o homem podem morrer. Uma vez contaminados, os cães também podem transmitir a leptospirose pela urina, portanto é importante cuidar para que eles não entrem em contato com ratos”, conta Vírginia.
Apesar da população apreciar aves, os pombos muitas vezes não são vistos com bons olhos. Esses animais se alimentam essencialmente de grãos e sementes, mas podem também se alimentar de restos de alimentos e lixo. Para prevenir que eles apareçam é preciso restringir o acesso a restos de comida e ração dos animais domésticos, remoção de ninhos abandonados. Para limpar a sujeira que eles podem fazer é necessário usar máscaras e luvas de proteção, já que eles também transmitem doenças pelas fezes e ácaros presentes nas suas penas e ninhos.
Os morcegos podem fazer colônias em forros abertos das residências, por ser um local quente, escuro e longe de predadores. Por ser um animal com hábitos noturnos, o morcego pode incomodar fazendo barulho na casa à noite e levam o proprietário a tomar medidas drásticas, como o extermínio dessa colônia, o que não é recomendado pela bióloga. “O abate desses animais é considerado crime, segundo a Lei Ambiental 9605/1998. A espécie que encontramos na cidade são de morcegos nectarívoros - que auxiliam na polinização - e os insetívoros, que auxiliam no controle de insetos, inclusive é predador do Aedes aegyti, causador da epidemia que estamos atravessando”, diz Virgínia.
O ideal é vedar as possíveis entradas, não todas de uma vez, pois eles poderão acabar ficando presos ali dentro e morrer. A época de reprodução dos morcegos é de setembro a abril, então a colônia pode ter muitos filhotes que ainda não voam e podem ficar presos no local. Após a saída de todos eles, a orientação é que seja feita a limpeza do local, usando luvas e máscara. Caso o morador encontre um morcego de dia, se debatendo de forma estranha – não para alçar voo – ou morto é necessário isolar com um pote ou balde, não pegar com a mão, mas utilizar pinça e luvas e colocá-lo em uma caixa ou pote plástico. Após isso, entrar em contato com a Vigilância em Saúde.
É importante lembrar que a Prefeitura não realiza serviço de recolhimento, limpeza ou dedetização na casa ou terreno dos munícipes. A Vigilância em Saúde (3291-5324 ou 3291-5325) deve ser chamada caso o animal apresente indicativos de Raiva, para que sejam encaminhados para a análise e diagnosticados. Em caso de acidente com esses animais, é necessário procurar a unidade de pronto atendimento ou pronto socorro imediatamente.
A utilização de venenos como o chumbinho (carbamato) é proibido pela lei municipal 1760/2004. A nível federal, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não permite mais registros de produtos com esse composto, já que também há grande incidência de intoxicação humana e animal devido ao seu uso. “O uso e venda constitui crime. Esse veneno é tão perigoso que faz intoxicação indireta. Se um roedor morrer pela ingestão de chumbinho e um cão morder esse roedor, o cão também se contamina e pode morrer”, explica Vírginia
Animais peçonhentos
O cuidado deve ser dobrado quando são vistos animais peçonhentos em casa, como cobras, escorpiões, aranhas e lagartas. Para evitar o aparecimento desses animais é necessário deixar o quintal, depósitos e galpões livres de folhas secas, caliça e entulhos no geral. Dentro de casa, é importante manter camas e berços afastados das paredes, sempre examinar roupas e calçados antes de usá-los. Deve-se ter um cuidado especial com lagartas e taturanas, procurando sempre observar se há presença delas em árvores de frutas e próximas a parques de crianças, já que acidentes com esse inseto é doloroso e pode trazer complicações. A orientação é não mexer com esse tipo de inseto.