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Geral

Doze anos separados

30-07-2010

Maria Aparecida da Silva, funcionária pública da Prefeitura de Campo Largo, era dependente química de álcool e perdeu a guarda dos filhos há mais de 12 anos.

Doze anos separados

30-07-2010

Maria Aparecida da Silva, funcionária pública da Prefeitura de Campo Largo, lotada no Horto Florestal, era dependente química de álcool e perdeu a guarda dos filhos há mais de 12 anos. Hoje, livre da doença, com uma nova vida, tinha um sonho, rever o filho mais velho, Gilberto Garcia, hoje com 23 anos, e a sua primeira filha, Francielli, hoje com 17 anos. Seu sonho foi realizado na última terça-feira (27), graças ao trabalho do Conselho Tutelar.

O emocionante encontro de mãe e filhos aconteceu de forma dramática. Gilberto e Francielli estavam sentados à mesa de atendimento do Conselho, quando chegou a mãe, que começou a contar para eles a história de vida dela. Sem saber que estava falando com os próprios filhos, ela contou em detalhes as dificuldades da época e a perda da guarda.

Emoção

Os filhos, como se fossem conselheiros tutelares, ouviram tudo, e se emocionaram muito enquanto a mãe, que eles pouco conheciam, falava da sua vida e da vida deles. Só depois de alguns minutos, quando a mãe em seu relato já chegava à tentativa de encontrá-los, os filhos lhe perguntaram se ela não os reconhecia. No momento do reconhecimento, a emoção contagiou a todos.

A vida

Com o filho pequeno, seis anos, a menina ainda bebê, Maria Aparecida se separou do pai das crianças, Gilberto Garcia, há cerca de 18 anos. O filho mais velho ficou com o pai, mas ela não deixou o marido levar a menina, ainda bebê. Anos depois, também devido ao alcoolismo, Maria Aparecida perdeu a guarda da menina, que foi encaminhada para a Aldeia, na Rondinha. Gilberto soube e entrou na Justiça, pedindo a guarda da menina, levando-a para Itapoá, Santa Catarina, onde vive e onde constituiu uma nova família.
Há um mês, Leonidia Czitorski, chefe do Horto Florestal, após saber que sua funcionária Maria Aparecida da Silva tinha o sonho de reencontrar os filhos, resolveu ajudar.

Em contato com o Conselho Tutelar, ela passou os dados da colega de trabalho. Em alguns dias, os conselheiros encontraram o processo, que estava no Arquivo, no Fórum, e levantaram dados sobre o paradeiro de Francielli, descobrindo que ela estava com o pai e o irmão, em Santa Catarina.

Após o contato com Gilberto e Francielli, os conselheiros marcaram o encontro, mas não informaram a Maria Aparecida que os filhos já haviam sido localizados. Gilberto e Francielli estavam sentados à mesa, como se fossem conselheiros, quando a mãe chegou e foi encaminhada para contar para os "conselheiros", como ela havia perdido o contato com os filhos. Ela abriu o coração e contou detalhes da difícil vida que teve quando eles ainda eram crianças. Quando ela descobriu que estava contando a história da sua vida, para os filhos, se emocionou muito, os abraçou e pediu perdão.

"Agora vocês sabem que eu nunca os esqueci, que eu amo muito vocês, sempre pensava em vocês, todos os dias, todas as noites", disse ela aos filhos, enquanto os abraçava. Após o contato, eles marcaram novos encontros, trocaram endereços e prometeram se visitar.