04/05/2015

“Antes do João se tornar meu filho, ele era meu sobrinho, mas por falta de condições seus pais pediram para que eu e meu marido ficássemos com ele. Confesso que minha primeira resposta foi não, tive muito medo, na época ele tinha nove meses de vida. Nós estávamos nos programando para ter um filho em 2018 e de repente ganho um filho já com nove meses. O primeiro pensamento é: não vou dar conta. Não sabia nada sobre ser mãe, dar banho, o que ele comia, a mamadeira, a chupeta, as fraldas, era muita responsabilidade.
Mas quando vi o João pela primeira vez foi amor à primeira vista, ele estava numa fase de estranhar todos, mas comigo foi diferente, ele sorriu e se jogou no meu colo, isso me desmontou e naquele momento ele já era meu. A fase de adaptação foi difícil, as noites mal dormidas, a primeira febre, a primeira vacina, as primeiras palavras, os primeiros passinhos.
Hoje o João está com 1 ano e 2 meses, e será o nosso primeiro Dia das Mães juntos, mal posso esperar pelo café da manhã na cama e ele pulando em cima de mim pra me acordar. São poucos meses, mas o amor é enorme, impossível mensurar. Ainda não sei como é gerar um filho, estou acostumada a ouvir que crianças adotadas são filhos do coração, o João não é meu filho do coração, ele foi gerado na minha Alma”.

Graciele Britto Guarnieri