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Sindimovec: acordos foram melhores em 2014, segundo Dieese

Sindimovec: acordos foram melhores em 2014, segundo Dieese

27/03/2015

O número de negociações salariais que resultaram em ganhos reais para os trabalhadores aumentou no ano passado. Segundo estudo divulgado no último dia 19 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 91,5% dos acordos firmados entre patrões e trabalhadores garantiram reajuste acima da inflação. Em 2013, o índice ficou em 86,2%. O estudo considera a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O reajuste médio conseguido nas negociações de 2014 ficou em 1,39%, maior que o 1,22% alcançado em 2013, porém menor que o registrado em 2012 — 1,9%. Nas negociações do ano passado, 44,8% terminaram com acordos que possibilitaram aumento real entre 1,01% e 2%. Em 25,1% dos acordos, o reajuste foi no máximo 1% acima da inflação e em 6,1% dos casos houve apenas reposição das perdas medidas pelo INPC. De acordo com os dados, em 2,4% dos casos o reajuste ficou abaixo da inflação.
Em 2013, o percentual de reajustes abaixo da inflação foi maior (6,3%). O número de acordos que garantiram apenas as perdas inflacionárias em 2013 também foi maior (7,5%). Em 2012, os reajustes abaixo da inflação representaram 1,4% dos acordos. Naquele ano, 93,9% das convenções permitiram aumento acima do INPC.
Na avaliação do coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, alguns fatores permitiram que os acordos em 2014 fossem melhores do que os de 2013, apesar do desempenho da economia, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), ter sido pior no ano passado.
Perdas
Apesar dos acordos, os trabalhadores acumulam perdas e um dos motivos é a rotatividade da mão de obra. “A rotatividade tem diminuído o poder aquisitivo do trabalhador. Não se pode desconsiderar a rotatividade e só levar em consta as convenções coletivas. E esse cenário tende a piorar a partir das MP´s que restringem direitos do trabalhador”, analisa o presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso.  
Para ele, a obtenção de ganhos reais neste ano dependerá ainda mais da mobilização dos trabalhadores. “A mobilização vai ser ainda mais importante, por conta desse cenário de incertezas”, enfatizou. (Agência Brasil com Assessoria Sindimovec)