24/01/2015
Forma de garantir aos eleitores acesso às propostas dos candidatos a cargos políticos, o horário eleitoral — gratuito para os partidos — custa milhões aos contribuintes. Só em 2014, a União deixou de arrecadar R$ 839,5 milhões em impostos com as inserções veiculadas entre 19 de agosto e 24 de outubro, conforme dados da Receita Federal.
Ainda que a União não desembolse, nem efetue um pagamento direto às emissoras, ela promove uma compensação fiscal pela veiculação da propaganda eleitoral. De acordo com a legislação em vigor, 80% do valor que a empresa iria receber, caso o espaço publicitário fosse vendido, pode ser deduzido do Imposto de Renda. Mas essa realidade pode mudar. Com o Projeto de Lei do Senado (PLS) 362/2014, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) pretende vedar compensações de qualquer natureza às emissoras de rádio e televisão pela cessão do horário para a propaganda político partidária.
Para o senador, o governo não deveria pagar pela transmissão do horário eleitoral, uma vez que o uso da radiofrequência para radiodifusão é uma concessão pública.
“À pseudo-gratuidade estipulada na Lei em vigor, já que há compensações, contrapõe-se o dever — entendendo o concessionário como substituto do ente público — de contribuir para o aprimoramento de nossa sociedade, especialmente no que se refere ao conhecimento pleno para o devido exercício da soberania popular”, justifica Simon.
O PLS também venda compensações pela veiculação de propaganda de plebiscitos e referendos.