18/11/2014
Paraná cria sistema para monitorar causas da evasão escolar
18/11/2014
Fonte:AEN-PR
Foto:Arnaldo Alves/ANPr
O governador em exercício, Flávio Arns, e o secretário da Educação Paulo Schmidt lançaram nesta segunda-feira (17), no Palácio Iguaçu, em Curitiba, o Sistema Integrado da Rede de Proteção para combate ao abandono escolar. Desenvolvido pela Secretaria da Educação em parceria com a Celepar, o sistema informatizado será utilizado por professores e pedagogos para o registro de alunos em situações caracterizadas como evasão escolar.
As informações serão compartilhadas com entidades que integram a Rede de Proteção às Crianças e Adolescentes, como conselhos tutelares, Ministério Público, prefeituras, garantindo mais agilidade para conhecer as causas do abandono e tomar providências para que haja retorno à escola. Antes, esses registros eram feitos em fichas de papel.
“O sistema foi elaborado a partir de um trabalho articulado com as secretarias estaduais, o Ministério Público e o Conselho Tutelar, para que tenhamos ações concretas para verificar porque o aluno não está indo à escola”, explicou Flávio Arns.
“Esta integração aumenta as possibilidades de uma educação melhor e menos alunos saindo da escola por fatores que possam ser evitados”, afirmou o governador em exercício. “Um aluno que deixa de frequentar as aulas tem menos chances de aprendizado, pode ficar na rua e perde um direito constitucional, que é o acesso à educação”, completou.
INFORMATIZAÇÃO – A iniciativa integra o Sistema Educacional da Rede de Proteção (Serp). O novo modelo concentra em um único sistema informações que serão compartilhadas pela Secretaria Estadual da Educação, núcleos regionais de educação, escolas e entidades que integram a Rede de Proteção às Crianças e Adolescentes.
“Só teremos avanços e resultados nas políticas sociais com a mobilização de várias pessoas e organizações, e é isso que a rede permite. Um trabalho integrado para o acompanhamento em tempo real da situação do estudante”, ressaltou o secretário da Educação, Paulo Schmidt.
Outra novidade é o cadastro de todas as instituições da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente por município, o que facilitará o encaminhamento dos registros dos alunos pelas escolas. “Somente atuando de forma integrada garantimos o sucesso das crianças e dos adolescentes em sua trajetória escolar”, afirmou o secretário.
VIOLAÇÕES – É considerado abandono escolar quando o aluno deixa de frequentar as aulas por um período de cinco dias consecutivos ou tem sete faltas alternadas em 60 dias. O procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto ressaltou que o abandono escolar pode ser ocasionado por outras violações de direitos de crianças e adolescentes. “O aluno deixa de comparecer à escola tanto por motivos internos do sistema educacional como também por fatores externos”, disse ele. “Em alguns casos, devemos intervir na própria família do estudante para identificar a situação que causa a evasão escolar”, disse.
Para a coordenadora de Apoio à Gestão Escolar da Secretaria da Educação, Juara de Almeida Ferreira, entre os principais motivos para a evasão estão o desinteresse do estudante, a necessidade de trabalhar e a gravidez na adolescência.
“O trabalho integrado é importante porque, em casos de abandono, iremos acionar a rede de proteção para ajudar a trazer esse aluno novamente à escola e saber os motivos dele ter abandonado os estudos”, destacou Juara.
PRESENÇAS – Participaram do lançamento a secretária da Família e Desenvolvimento Social, Letícia Raymundo; a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Proteção à Educação, Hermínia de Matos Diniz, e o conselheiro tutelar Jaber Geraldo Pinto, além de representantes das áreas da educação e da infância e adolescência.