O candidato à Presidência da República morreu nesta quarta-feira após sofrer um acidente aéreo em Santos/SP. A esposa do candidato, Renata, e o filho Miguel não estavam na aeronave.
13/08/2014
Fonte: O Globo
SANTOS E RIO - O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu na manhã desta quarta-feira em um acidente aéreo em Santos (SP). O jato em que estava o político caiu no bairro do Boqueirão. Não houve sobreviventes. Ao contrário do informado antes pelo PSB, a mulher do candidato, Renata, e o filho Miguel não estavam na aeronave. Segundo a Polícia Federal, estavam no avião, além de Campos, o assessor Pedro Valadares Neto, o assessor de imprensa Carlos Augusto Leal Filho (Percol), Alexandre Gomes e Silva (fotógrafo), Marcelo Lyra (staff da campanha) e os pilotos Marcos Martins e Geraldo Cunha. O acidente que matou o presidenciável aconteceu no mesmo dia da morte do avô dele Miguel Arraes, que falaceu dia 13 de agosto de 2005. (Veja mais imagens do acidente)
(Acompanhe a cobertura do acidente em tempo real)
(Eduardo Campos: a política no DNA e na raiz de sua vida)
O Comando da Aeronáutica informou, por nota, que o avião, modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu às 10h. “A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave”, diz nota da Aeronáutica.
A presidente Dilma Rousseff declarou luto oficial de três dias e, assim como o candidato do PSDB, Aécio Neves, suspendeu os compromissos de campanha. Dilma também ligou para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e solicitou rapidez na perícia da polícia sobre as causas do acidente.
Campos iria para um evento na cidade de Santos chamado SantosExport. A aeronave (aparelho Cessna, prefixo PRAFA) pertencia à empresa AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. e já havia sido utilizada pelo candidato outra vez. Segundo relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a manutenção anual do avião estava em dia, com validade até 14 de fevereiro de 2015. O avião foi inspecionado em fevereiro deste ano.
O Certificado de Aeronavegabilidade (CA), que atesta as condições da aeronave, tinha data de validade em 22 de fevereiro de 2017. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Anac, a documentação do piloto também estava em dia. O avião tinha capacidade para transportar 12 passageiros.
Em seu gabinete no Tribunal de Contas da União, a ministra Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, caiu no choro ao ser informada dos rumores sobre o acidente. Ela passou mal e precisou ser atendida no serviço médico do TCU.
Moradores relatam que a aeronave desviou de um prédio de oito andares antes de cair em um terreno vazio, atrás de uma academia. O avião já havia passado em uma altura baixa pelo centro e estava seguindo em direção à praia.
- Um amigo que trabalha no centro viu esse avião andando baixinho. Quando chegou aqui, ele chegou a desviar de um prédio. Acho que o piloto viu que tinha um clarão aqui perto e por isso caiu aqui - disse o jornaleiro Fernando Estriga, de 53 anos.
De acordo com o Climatempo com dados da base aérea do Guarujá, a chuva e a formação de névoa restringiram a visibilidade horizontal no aeroporto, que registrou visibilidade de 3 mil metros, no horário do acidente com a aeronave.
Pela resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Eduardo Campos tem dez dias para definir o nome do novo candidato à Presidência. O substituto pode pertencer a qualquer um dos seis partidos que compõem a coligação "Unidos pelo Brasil" (PSB, PPS, PHS, PRP, PPL e PSL). A coalizão conta ainda com o apoio da Rede, grupo fundado por Marina Silva, mas que ainda não conseguiu o registro de partido político. Marina é filiada ao PSB, mesmo partido de Campos.