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Mercado imobiliário

20/07/2013

Mercado imobiliário em Campo Largo está estável

Mercado imobiliário

20/07/2013

Nesta semana foi divulgado, em rede nacional, o crescimento de 44% no crédito imobiliário pela Caixa Econômica Federal durante o primeiro semestre deste ano, em relação a 2012 – um total de R$ 66 bilhões para compra de imóveis. Segundo o diretor geral da Imobiliária Canaã, Marcio Brito, esta realidade não se aplica a Campo Largo.

“Não é o que estamos vivendo”, comenta Marcio. Ele acredita que o ramo imobiliário no Município está em uma situação estável, mas não de crescimento, e fala da falta de imóveis de alto padrão para locação.
Segundo ele, há muita inadimplência em relação a anos anteriores quando era possível adquirir um imóvel sem valor de entrada. “O Governo deu metas de investimento e depois começaram a surgir as dificuldades”, explica. Em contrapartida,comenta que agora pedem um valor muito alto de entrada, o que dificuldade a compra, porque a renda não é compatível com o valor do imóvel de acordo com o padrão.
Marcio exemplifica, a partir de simulação pelo site da Caixa, que uma pessoa que tenha uma renda de R$ 2 mil por mês, para comprar um imóvel de R$ 120 mil, precisa pagar quase R$ 30 mil de entrada e assumir 27 anos com parcelas de R$ 600. “Alguém com esta renda dificilmente tem este valor da entrada”, detalha. É possível comprometer com financiamento apenas 30% da renda, o que pode ser comprometido se a pessoas tiver outro empréstimo. “O Governo deveria isentar o imposto na construção assim como faz com veículos. O metro quadrado está muito caro”, enfatiza.

A dificuldade em investir também se deve ao endividamento das famílias. Esta semana foi divulgada a pesquisa Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP), na qual coloca Curitiba como a capital com maior percentual de famílias endividadas, um total de 88%, bem acima da média nacional de 59%. “Isso reflete também para Campo Largo e demais municípios da Região Metropolitana”, explica Marcio.

Para ele, este endividamento se dá porque as famílias querem investir muito em carro novo, em ter uma televisão nova, entre outros itens, sem se preocupar em investir na aquisição da casa própria. “E é difícil aprovar crédito com este nível de endividamento”, completa, explicando que a maioria das vendas da Canaã é de pessoas que já têm boa parte do dinheiro, muitas vezes porque já venderam outro imóvel.
A locação, que segundo ele não estava tendo muita procura até o início do ano, atualmente teve uma crescente e que começa a faltar determinados imóveis para locar – o que é inversamente proporcional às vendas. A maior procura é por aluguéis na faixa de R$ 500 e há carência de imóveis de alto padrão para locação em Campo Largo.

Marcio comenta que a taxa de empregos em obras caiu 10%. “Estão concluindo projetos que já existiam, mas há poucos projetos novos. Isso se reflete em grandes centros. Já não está se aplicando mais em fundo imobiliário, onde está esse crescimento?”, questiona.

Para ele, já começou a mudar o perfil de imóvel em Campo Largo, mas ainda é preciso investir mais na verticalização. “Temos novas empresas vindo para a região, é investimento na cidade, que aumentará a procura de residências aqui e não temos este produto para vender”, conclui.