12/07/2013
As negociações salariais do trabalhadores nas indústrias da Louça e Porcelana emperraram, com a classe patronal falando uma língua e o Sindicato outra. A divergência principal são os índices do reajuste, e a diferença é pouco mais de 1%. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerâmica e Porcelana de Campo Largo promete paralisações “pipoca”, nas portas das fábricas, a partir da próxima semana, para pressionar os patrões.
Paulo Andrade, presidente do Sindicato, em entrevista exclusiva à Folha, adiantou que a exigência dos trabalhadores é de um reajuste de 12%, com o piso salarial chegando a R$ 950,00, dentre outros itens. “Os patrões não querem dar esse reajuste, deram 7% apenas, mas nós queremos oito agora, 2,5% em setembro e mais dois em Dezembro”, explicou ele.
Greve
O presidente do Sindicato disse que não está descartada a paralisação da categoria, caso os patrões continuem intransigentes. “O que nós estamos pedindo é bastante razoável, não é nenhum absurdo”, disse ele, adiantando que mais de três mil trabalhadores das indústrias de Cerâmica estão aguardando a decisão. “Nós vamos para as portas das fábricas e, se os trabalhadores votarem, podemos decretar greve”, garantiu o sindicalista.
Um trabalhador do setor disse à Reportagem que mercado de trabalho está aberto, e que outras categorias já estão oferecendo salários e vantagens que os trabalhadores da Cerâmica e Porcelana não conquistaram. “Nós podemos simplesmente deixar o setor e ir atrás de setores como o da alimentação, que está pagando muito mais”, disse, pedindo anonimato.