07/06/2013
Trabalhadores das indústrias da Louça podem entrar em greve
07/06/2013
Mais de três mil trabalhadores das indústrias de Cerâmica, Louça e Porcelana de Campo Largo poderão entrar em greve, caso encontrem dificuldades no diálogo com a classe patronal, nos próximos dias. Eles estão em Assembleia Geral Permanente, em busca de melhores salários, desde o último dia quatro de abril, e vão realizar assembleias nas portas das fábricas, nos próximos dias.
Os trabalhadores estão reivindicando reajuste de 12,69%, com a equiparação salarial com as demais categorias no Paraná, onde o Piso Regional é de R$ 949,53. Hoje eles recebem apenas R$ 842,60 e receberam uma contraproposta da classe patronal para um reajuste de apenas 4,54%. Não aceitaram. O presidente do Sindicato, Paulo Andrade, disse que os trabalhadores reivindicam, além do reajuste, melhorias no Vale Alimentação, Plano de Saúde e Creche, dentre outros.
Direitos
Paulo Andrade disse que as pequenas paralisações nos próximos dias, nas portas das fábricas, servirão para dialogar com os trabalhadores, para colocá-los a par dos acontecimentos e para colher suas reivindicações, suas decisões. Para ele, “a antecipação de 7% na folha de maio é irrisória, diante de um INPC de 7,46% e do reajuste de 12,69% pedido pelos trabalhadres. Na última segunda-feira (03), tivemos uma reunião com o Ministério Público do Trabalho, com uma comissão de trabalhadores e representantes da classe patronal e nada ficou resolvido. Eles, os patrões, serão chamados para uma nova audiência na Justiça do Trabalho. Eles precisam entender que as nossas reivindicações são justas”.
Paulo Andrade disse que esses 7% são apenas uma antecipação, e que as reivindicações continuam, para que seja formalizado um Acordo Coletivo que beneficie toda a categoria. “O trabalhador não quer apenas esse pequeno reajuste, quer um salário com o qual possa sustentar a sua família com dignidade”, explicou, adiantando que os patrões fizeram a antecipação, sabendo que os trabalhadores estão mobilizados e prontos para greve, se preciso for.
O presidente do sindicato patronal, José Canisso, informou à Reportagem que “as empresas não poderiam ficar esperando a definição do Sindicato dos Trabalhadores. Por isso, decidimos o reajuste em 7%. O Acordo Coletivo de 2012 perdeu a validade e os trabalhadores não podem ficar esperando”, explicou ele, adiantando que “não dá para dar mais do que isso, as empresas não conseguem repassar mais esse custo para os produtos”.
Canisso adiantou que as empresas estão no limite, e que mesmo assim a classe continua aberta às negociações, com o acompanhamento da Justiça do Trabalho.