24/05/2013
É definitivo, Campo Largo perdeu a multinacional norueguesa Aker Solutions, uma das principais fornecedoras da cadeia de petróleo e gás, que tinha o Município como uma das opções para i
24/05/2013
É definitivo, Campo Largo perdeu a multinacional norueguesa Aker Solutions, uma das principais fornecedoras da cadeia de petróleo e gás, que tinha o Município como uma das opções para instalar a sua fábrica. A empresa lançou, na última quarta-feira (22), a pedra fundamental para a construção da nova unidade em São José dos Pinhais. Com investimento de R$ 280 milhões, a empresa, se viesse para Campo Largo, se destacaria como a maior geradora de impostos no Município.
Até a última quarta-feira, Campo Largo ainda esperava uma decisão do IAP para liberar a área pretendida pela Aker, no Município. A negativa do órgão apontava para a localização do terreno em área de manancial do Rio Itaqui. O presidente da Câmara Municipal, Dirceu Mocelin, lamentou a grande perda para o Município: “Perdemos por incompetência, não é a primeira vez, e precisamos corrigir as falhas para que não continuemos perdendo empresas e investimentos”.
Ambiente
O prefeito de Campo Largo, Affonso Guimarães, aponta equívocos na avaliação dos órgãos ambientais que liberaram a área em São José dos Pinhais, “esta sim, localizada em área de mananciais”, lembrando que a área pretendida pela empresa, em Campo Largo, está sendo desaforada e não será mais, em 2014, área de manancial, uma vez que a Sanepar vai captar água na represa do Rio Verde. “Nessa mesma bacia estão localizadas outras grandes empresas, como a Sig Combibloc, a Caterpillar, a Fiat, a Grifols, o terreno é ao lado da Sig Combibloc, não há justificativa técnica para a não liberação”, disse ele.
“Fizemos o possível, falamos com deputados, secretários, com o próprio governador Beto Richa, mas nada adiantou. Os funcionários da Aker queriam que a fábrica viesse para Campo Largo, mas os órgãos ambientais não liberaram a nossa área”, disse o prefeito que ainda na quarta-feira tinha esperanças na liberação. Nesta quinta-feira ele lamentou a grande perda do Município.
O presidente da Câmara, Dirceu Mocelin, chamou a atenção para a incompetência de Campo Largo em solucionar as questões ambientais, o desaforamento das áreas para instalação das indústrias, como esta onde a Aker tinha interesse. “Precisamos de união, de trabalho sério, para que o Município não continue perdendo investimentos, como vem acontecendo há décadas. Já estamos pedindo a revisão do Plano Diretor do Município, para solucionarmos estas questões em nível municipal, pelo menos”, disse ele, adiantando que na próxima semana vai a Curitiba falar com Deonilson Roldo e Cesar Silvestre, no Gabinete do governador Beto Richa, e esse assunto será debatido.
O diretor da Clarim Imóveis, Clair Souza, também lamentou a perda do Município. “Campo Largo vem perdendo grande empresas, importantes investimentos, ao longo dos anos, por questões não resolvidas, como a regularização ambiental. Essas áreas já deveriam estar desaforadas, independente do interesse de determinada empresa. O Município precisa se preparar com antecedência”, explicou.
Outro empresário que também registrou a sua indignação foi Eloir Leal, presidente do Conselho da Acicla, Associação Comercial e Industrial de Campo Largo. Segundo ele, Campo Largo não pode continuar se dando ao luxo de perder investimentos como esse da Aker, por falta de políticas públicas de desenvolvimento, de liberação de áreas para instalação de indústrias. Quanto mais se sabe que a área em São José dos Pinhais não deveria ser desonerada, por estar em cima de mananciais.
Eloir Leal disse que Campo Largo precisa fazer alguma coisa para se evitar que novas indústrias deixem de se instalar em Campo Largo, por falta de políticas públicas específicas para atração desses investimentos.
Perda
A fábrica que será construída em São José dos Pinhais atende um contrato de US$ 800 milhões, mais de R$ 1,6 bilhão, para produção de equipamentos submarinos para a Petrobras. O contrato é para o fornecimento de 60 conjuntos de poço com “árvores de natal molhadas”, sistemas de controle submarinos, ferramentas e peças de reposição a serem usadas pela Petrobras no desenvolvimento de campo do pré-sal em águas profundas no Brasil. A previsão é de que a unidade entre em operação no início de 2015.
O presidente mundial da Aker Solutions, Oyvind Eriksen, explicou que o Brasil é estratégico para a empresa, que está fazendo no Paraná o maior investimento em andamento da multinacional. “Estamos construindo aqui a maior e mais moderna fábrica de equipamentos submarinos do mundo”, ressaltou.
A unidade, chamada de “Novo Centro de Tecnologia Subsea”, terá 168 mil m2 e vai ampliar em 30% o número de empregos da Aker no Estado, saltando de 900 para 1,2 mil. Também serão gerados outros 5 mil empregos nos fornecedores.