17/05/2013
O lixo é um problema da maioria dos municípios e busca-se uma solução para esta questão. Nesta quinta-feira (16), prefeitos de Campo Largo, Contenda e Balsa Nova estiveram reunidos para assinar um protocolo de intenções para estudar a viabilidade técnica à formação de um Consórcio Intermunicipal para instalação de uma Usina de Processamento de Lixo.
O secretário de Meio Ambiente de Campo Largo, Marcos Reinaldim, há três meses tem estudado o projeto para instalação de uma usina na cidade, a partir do projeto da Innova Energias Renováveis. Segundo informações repassadas pela assessoria da Prefeitura Municipal, a tecnologia “permite solucionar o problema do lixo de maneira sustentável, ágil, com considerável redução de custos, emissão zero dos chamados gases poluentes e ainda com possibilidade de geração de empregos e tributos. Tem formato de indústria convencional, com capacidade para recolhimento e destino de cerca de 100 toneladas de lixo por dia, num processo higienizado com um mínimo de contato humano, já que a segregação do material é toda automatizada. Trabalha com a pirólise, cujo processo é de super aquecimento, com emissão de gases inferiores ao nível máximo exigido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente e possibilidade de extração de subprodutos do lixo. Além dessa tecnologia outras também estão sendo analisadas.”
Promotora contesta
Margaret Matos de Carvalho, promotora do Ministério Público do Trabalho do Paraná, informou à Redação da Folha que é necessária uma audiência pública urgente para debater tecnicamente esta questão. Segundo ela, a proposta da empresa é de aproveitamento de apenas uma parte ínfima dos recicláveis (o total de recicláveis é de 40% sobre o que é gerado diariamente, 525 toneladas). “Portanto, em Campo Largo, teriam que ser coletados seletivamente ao menos 200 toneladas por dia de recicláveis. Como apenas 55 toneladas/dia é que serão recuperadas para retornar ao ciclo de vida dos produtos, mais de 150 serão utilizadas como fonte de calor para gerar energia. Portanto, a proposta viola a Lei 12350/10 que estabelece que a reciclagem tem prioridade ao tratamento de resíduos. Seria interessante fazermos uma audiência pública para debater a proposta. Além disso, não me parece correto afirmar que é não irá gerar dioxinas e furanos, já que, segundo estudos existentes, o particulado possui 2,5 micra e, para isso, inexistem sistemas de filtragem eficientes”, afirma.
A promotora diz que é preciso estudo da emissão de dioxinas e furanos na chaminé e também em relação às emissões de escape. “A pirólise é irmã gêmea da incineração, existindo poucas diferenças”, argumenta. Segundo ela, rejeitos são materiais inertes, sem poder calorífico e, assim, desinteressante para o processo, não podendo ser utilizados como insumo energético. “Não se trata de energia limpa ou renovável”, completa. Ela diz que há soluções mais acessíveis economicamente e sem danos ao meio ambiente.