10/05/2013

Nos próximos dias 15, 16 e 17, mais de mil adolescentes de Campo Largo participarão de uma discussão aberta sobre abuso e exploração sexual. Promovido pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). O evento acontece na Casa da Cultura e terá a apresentação de um monólogo, além de um vídeo esclarecedor sobre violência sexual.

A idade mínima para participação é 15 anos. Na quinta-feira nos períodos da manhã e da noite, além de sexta-feira pela manhã e à tarde, o evento é aberto à comunidade.

“Tanto os adolescentes como pais e responsáveis acabam se esquivando de falar sobre o assunto. É extremamente importante perder esse medo de falar e, também, de denunciar”, explica a coordenadora do Creas, Regina Moro. No ano passado, o mesmo evento foi realizado com equipes pedagógicas de escolas. “No final desse encontro, mais ou menos dez diretores vieram até nós para fazer denúncias. Esse ano, optamos por fazer com os alunos – além de explanar o assunto, podem existir vítimas nesse público. O objetivo também é encorajar a denúncia”, ressalta o pedagogo do Creas e coordenador do evento, Edson Rodrigo da Costa.

Também são convidados a participar trabalhadores de educação, agentes comunitários e, ainda, representantes do Conselho Tutelar, das delegacias e do Ministério Público. O encontro antecede o Dia Nacional do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que acontece no dia 18 de maio.

Violência sexual em Campo Largo

Desde a inauguração do Centro, em 2009, 92 adolescentes entre 12 e 17 anos foram atendidos após sofrerem algum tipo de violência sexual. No caso de crianças entre dois e 11 anos, foram 71 atendimentos. A maioria das agressões é feita por familiares e pessoas próximas. “Como mãe de adolescente, isso me choca. Mas é exatamente essa indignação que motiva a luta diária de toda a nossa equipe. É uma força propulsora para enfrentar um caso após o outro, sem desanimar”, afirma a coordenadora do Creas.

A equipe do Centro é composta por advogada, assistentes sociais, psicólogos, pedagogo, educador social, além de dois motoristas. Em todos os atendimentos, há um acompanhamento interdisciplinar e sigiloso, tanto com o usuário como com a família, para minimizar a situação de violência física e, também, psicológica. “Após uma escuta qualificada, começamos um trabalho de acompanhamento específico para cada situação. Quando necessário, encaminhamos o usuário a casas de passagem, clínicas, casas lares, ONGs e parceiros”, explica o pedagogo.

Os casos atendidos no Creas são encaminhados por órgãos parceiros como Conselho Tutelar, delegacias e Ministério Público. Os parceiros recebem as denúncias, comprovam a situação de violência e encaminham ao Centro. “Nós trabalhamos com todas as naturezas de violência, ou seja, quando direitos já foram violados. Com este evento, estamos indo além – promovendo a prevenção”, salienta a coordenadora.

Denúncias: Disque Denúncia Nacional - Disque 100; na Central de Atendimento à Mulher - Disque 180; na Delegacia de Polícia de Campo Largo (41) 3292-1202; no Conselho Tutelar (41) 3392-3395; e na Secretaria de Assistência Social (41) 3292-5016.