12/04/2013

A falta de subsídio ao transporte público continua gerando muitos comentários e ainda não há nada definido de como ficará a tarifa a partir de Maio. Amarildo Nico, gerente da empresa Transportes Coletivos Nossa Senhora Piedade fala da falta de investimento do Governo em transporte público e o incentivo à compra de automóveis e motos, o que pode gerar um verdadeiro caos no trânsito.

O número de veículos tem aumentado consideravelmente em Campo Largo. De acordo com dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), o município tinha, em janeiro de 2008, 38.551 veículos, sendo 23.230 automóveis e 6.763 motocicletas. Em janeiro deste ano, o número total aumentou para 60.586 veículos, entre eles 37.375 automóveis e 9.755 motocicletas.

Os dados representam um crescimento de 57%. “Em Campo Largo já podemos observar como o trânsito está piorando, imagina isso nos próximos cinco anos como estará se continuar nesta proporção”, comenta Amarildo. Segundo ele, o Governo incentiva a compra de veículos particulares e não dá subsídio suficiente ao transporte público, e com o aumento nas tarifas, haverá cada vez um número menor de usuários de ônibus. “Temos que pensar no futuro”, analisa.

Devido ao trânsito intenso, aumenta o tempo que o ônibus consegue percorrer uma linha, o que vai gerando insatisfação dos usuários e estimula com que eles queiram usar um transporte particular, ou seja, um problema estimula o outro, até que chegará a um ponto difícil de se reverter. Ainda prejudica o meio ambiente, considerando que, por exemplo, 30 motos poluem mais que um ônibus, o qual consegue levar até 95 pessoas.

Campo Largo tem autonomia no transporte público e o corte de subsídio do Governo Estadual não influencia no valor da tarifa municipal, apenas na integração com Curitiba. “Mas apenas 20% dos nosso usuários utilizam a linha para Curitiba, 80% é demanda interna e se também fosse integrado estariam pagando mais caro pela passagem”, explica Amarildo. “Na França, 85% da passagem é subsidiada pelo Governo”, conta.

O preço da passagem municipal é R$ 2,25 se paga em dinheiro e R$ 2,00 para quem carrega no cartão. Amarildo explica que com o cartão é mais seguro ao usuário, pois caso o cartão seja roubado a conta pode ser bloqueada e os créditos transferidos para outro cartão; o embarque se torna mais rápido e não existe a necessidade do motorista ficar ainda mais tempo com o ônibus parado para cobrar a passagem. Na linha Campo Largo - Curitiba a tarifa é R$ 2,85.