18/05/2012

Cozinhar não é mais exclusividade, e obrigação, das mulheres. Cada vez mais homens têm tomado o espaço na cozinha, por prazer e agora também por profissão. E eles recebem os méritos pela criatividade, bom gosto e sofisticação em pratos que têm conquistado o paladar das pessoas. Ser chefe de cozinha é uma das profissões que estão em alta.
Um chefe precisa cuidar desde a seleção dos ingredientes, preparar os pratos e cuidar com a combinação dos alimentos e sua apresentação. Segundo o chefe de cozinha Elcio Cequinel, os ingredientes precisam ser bem selecionados, de qualidade, tendo a preocupação em comprar, por exemplo, tomates do mesmo tamanho para decorar, entre outros detalhes que enriquecem o visual final.
Entre as características de um bom chefe de cozinha está, primeiramente, gostar do que faz, ter um dom para cozinhar; mas também é preciso ter muita organização, agilidade, espírito de liderança, higiene, metodologia, vontade de inovar. Elcio explica que muitas vezes precisa contratar profissionais freelancer para auxiliar quando há algum evento e ele precisa saber liderar bem todo o pessoal e organizar a quantidade de pratos que serão servidos. “Em um jantar que farei neste final de semana, por exemplo, serão cinco pratos diferentes, então tem que saber administrar muito bem”, conta.
Elcio trabalhava no ramo de bebidas e há quatro anos começou a realizar eventos. Fez um curso de carnes na Argentina e abriu uma empresa que fazia churrascos mais elaborados, com entradas, carnes mais selecionadas. Foi muito bem aceito e conta que nem tinha cartão de visita, que era contratado sempre por indicação. Fez alguns cursos menores como Gourmet de Cerveja, para fazer jantares harmonizados. Há um ano e meio resolveu começar curso de Chef de Cozinha no Espaço Gourmet, com o qual se identificou ainda mais. Num futuro próximo pretender fazer cursos na França ou Itália para especializar-se.
Atualmente, ele realiza de três a quatro eventos por semana, principalmente em Curitiba. “O curso dá uma boa base para começar, mas o profissional tem que estar sempre lendo, se atualizando e principalmente estar atrás do fogão, porque é fazendo e errando que aprende. De repente pode surgir um prato novo”, detalha ele, que tem preferência em fazer pratos salgados. “A culinária que mais me atrai é a Asiática”, completa ele, que valoriza a riqueza de combinações de ervas, temperos; o sabor doce com salgado, amargo, picante e ácido em um único prato.
O custo por pessoa de um jantar feito por um chef pode ser a partir de R$ 25, varia de acordo com as opções do cardápio e quantidade de pessoas. Em Curitiba, segundo ele, o trabalho já é mais valorizado do que em Campo Largo, onde ainda está sendo inserida esta cultura.
Este é um mercado que está bem aquecido e a tendência é melhorar devido à proximidade da Copa do Mundo, em que são realizados muitos eventos e precisam de mais mão-de-obra. Elcio diz que está sendo grande também a procura desses profissionais em restaurantes e navios.
“A comida você come primeiro com o cheiro, com os olhos e depois com a boca”, diz Elcio, que se encanta com a surpresa ao degustar um prato. Segundo ele, existe uma infinidade de temperos, que é até difícil conhecer todos; e isso faz com que haja uma diversidade de sabores nos pratos, podendo sempre fazer algo diferente.
Elcio já ganhou alguns concursos como chefe, em primeiro lugar do Condor e em quinto lugar da Germer. Ainda participou de um programa de TV, o Ó Gourmet. Ele quer inovar e em breve pretende fazer um curso de Gastronomia Molecular em São Paulo, com Kaka Silva. É um curso em que estuda a reação química dos alimentos. Por exemplo, pode-se usar nitrogênio e fazer uma espuma de batatas. “É um purê de batatas, que fica leve e desmancha na boca”, realiza-se.