19/01/2012 Fonte: R7 Notícias
No ajuste ministerial que vem estudando para este ano, a presidente Dilma Rousseff poderá usar o cargo do titular da pasta do Desenvolvimento Agrário para manter ou até aumentar a atual cota de mulheres na Esplanada dos Ministérios. Entre os nomes cotados para substituir o atual ministro, Afonso Florence, aparecem Eva Maria Cella Dal Chiavon, que chefia a Casa Civil do governo de Jacques Wagner, na Bahia, e Lúcia Falcon, atual secretária de Planejamento e Investimento do Ministério do Planejamento.
Eva, ex-secretária executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, já trabalhou com Dilma, quando ela comandava a Casa Civil, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lúcia Falcon foi secretária do Planejamento do Estado de Sergipe, sob a batuta do petista Marcelo Déda, e sempre esteve na lista de nomes bem cotados pela atual presidente. Em dezembro de 2010, no primeiro esboço que ela fez com os nomes de seus futuros ministros, Lúcia já aparecia como titular do Desenvolvimento Agrário.
Embora tivesse o apoio dos governadores da Bahia e de Sergipe, Lúcia foi deixada de lado por causa de divergências internas do PT. Desde o início do governo Lula, em 2002, a pasta do Desenvolvimento Agrário sempre foi controlada pelos petistas da tendência Democracia Socialista, que se recusaram a abandonar o posto com a ascensão de Dilma. Foram eles que acabaram indicando, o atual ministro, Afonso Florence.
Logo depois de assumir o governo, porém, Dilma convidou Lúcia para o cargo que ocupa hoje no Ministério de Desenvolvimento Agrário. Quanto a Florence, que foi secretário de Desenvolvimento Urbano no governo da Jacques Wagner antes de desembarcar em Brasília, sabe-se que não agradou: seu nome aparece com frequência na lista de ministros que devem ser substituídos nos ajustes previstos para este ano.
Extinção
Não está totalmente descartada, porém, a possibilidade de extinção. A presidente pode transformá-la numa secretaria especial do Ministério da Agricultura, voltada para o apoio a pequenos agricultores.
Tanto a escolha de Lúcia quanto a de Eva poderiam trazer bons dividendos políticos para Dilma. De um lado agradaria os governadores do Nordeste, que insistem na ideia de que a pasta, após ser controlada durante oito anos pelos gaúchos, deve continuar agora com os nordestinos. De outro, também agradaria o MST (Movimento dos Sem Terra), que não se entende com Florence.
O problema para a escolha de um desses nomes continuaria no interior do PT: a tendência Democracia Socialista defende a permanência de Florence. No caso de uma troca, o substituto deveria ser da mesma tendência.
A escolha de uma mulher para o Desenvolvimento Agrário seria boa opção também para o caso de Dilma nomear um homem para a Secretaria da Igualdade Racial: permitiria a ela manter o atual a cota atual de mulheres no ministério.